Pastejo rotacionado e contínuo. Entenda as diferenças

Você sabia que a agropecuária brasileira cresceu 15,1% em 2023? Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), este é o maior percentual anual do setor desde 1995. Isso aumenta o cenário competitivo entre os pecuaristas, sendo necessário aprimorar ainda mais os métodos produtivos nas fazendas. O pastejo rotacionado e contínuo são alguns bons exemplos.

Mas qual a diferença entre essas duas técnicas de manejo? E qual delas é a melhor escolha para o seu negócio?

Neste artigo, vamos explicar o que é pastejo rotacionado e pastejo contínuo, suas diferenças, vantagens e desvantagens. Acompanhe a leitura!

O que é pastejo rotacionado?

O pastejo rotacionado é uma técnica que realiza o rodízio de animais em pastos subdivididos, chamados de piquetes. Geralmente, utilizam-se vários piquetes e, o tempo de descanso e o tempo de ocupação irá variar de acordo com o número de animais, espécie forrageira e manejos da propriedade. 

Este método é ideal para áreas de pastagem que possuem um tempo curto para se recuperarem antes de serem utilizadas novamente. É uma forma de aumentar o descanso das plantas e melhorar a qualidade do solo e estimular a rebrota do capim.

Vantagens e desvantagens do pastejo rotacionado

O produtor conta com várias vantagens em relação ao pastejo rotacionado, principalmente relacionado ao controle dos animais. Entretanto, também enfrenta alguns desafios. Veja:

✅ Vantagens:

  • Maior controle sobre sobre os animais;
  • Maior controle sobre a qualidade e quantidade das pastagens;
  • Garante um pastejo uniforme, sendo mais eficiente e produtivo;
  • Aumento do ganho de peso animal devido aos pastos mais nutritivos;
  • Diminui a erosão do solo e auxilia na infiltração da água;
  • Liberdade para adotar esta técnica em todo o Brasil.

❌ Desvantagens:

  • Necessita de uma infraestrutura mais robusta na fazenda, especialmente de pasto e bebedouros e cercas (convencionais ou elétricas)
  • Exige maior investimento, principalmente para realizar a subdivisão da área em piquetes;
  • Requer maior planejamento, mão de obra e acompanhamento;
  • Menor capacidade de seleção pelo animal, devido a lotação instantânea.

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O que é pastejo contínuo?

No pastejo contínuo, os bovinos têm acesso a mesma área de pastagem, sendo que este local é grande e não há rotação dos piquetes. Ou seja, os animais permanecem na mesma pastagem por tempo indeterminado, sem previsão de descanso da pastagem. 

Este é o método mais tradicional, exigindo menor complexidade na gestão diária para o pecuarista. 

Vantagens e desvantagens do pastejo contínuo

Por ser um sistema mais simples e menos complexo, é indicado para grandes áreas, se tornando interessante para muitos produtores. Por outro lado, o pastejo contínuo também apresenta algumas desvantagens que podem afetar na gestão diária. Confira:

✅ Vantagens:

  • Baixo custo inicial porque não necessita dividir em piquetes;
  • Manejo mais simples, exigindo menos tempo de trabalho e mão de obra;
  • Maior espaço para circulação dos animais;
  • Maior capacidade de seleção, permitindo ao animal, melhor desempenho individual.

❌ Desvantagens:

  • Aumento da degradação das pastagens, devido ao superpastejo (excesso de animais por forragem produzida);  
  • Maior risco de erosão do solo;
  • Menor produtividade de forragem por hectare;
  • Baixa qualidade da forragem e, consequentemente, menores valores nutricionais; 
  • Maior dificuldade de controlar a estrutura do pasto, devido ao consumo desigual.

Qual técnica de manejo escolher para sua fazenda?

Agora, você deve se perguntar: afinal, devo escolher o pastejo rotacionado ou o pastejo contínuo? A resposta é: depende de vários fatores. 

Primeiramente, o pecuarista precisa se atentar ao planejamento forrageiro para garantir a demanda de alimento dos animais durante todo o ano ou ciclo de produção. Ele deve ser feito com base no tamanho da área, número e categoria dos animais, garantindo que não falte alimento e que também não tenha muito excedente.


O principal ponto de atenção para ambos os sistemas é a taxa de lotação. Ela indica o número de animais ou unidade animal (UA = 450 kg de peso vivo) pastejando em uma unidade de área (hectare, ha).

No pastejo contínuo, haverá momentos de muita produtividade devido às chuvas e também momentos de menor oferta de forragem devido às secas. Portanto, esse ajuste da quantidade de animais por área é essencial para garantir o desempenho dos animais.

Outra estratégia interessante, conhecida como “pasto pulmão”, é diminuir a área disponível quando há momentos de muita oferta. Dessa forma, isola-se uma outra área, garantindo oferta e alimento de melhor qualidade no período das secas.

Ambas formas de pastejo necessitam do manejo de entrada e saída, baseado na altura do capim. Este manejo é crucial para garantir a rebrota do capim e ajustes da taxa de lotação.

Já o investimento é um fator que pesa no bolso e na decisão do produtor. Se você possui um orçamento menor, opte pelo pastejo contínuo. Entretanto, se apresenta um investimento inicial maior, principalmente para instalar cercas e fazer a subdivisão da área da pastagem, vale a pena optar pelo pastejo rotacionado.

Além das características anteriores, o rotacionado oferece maior produtividade da forragem por área e contribui para a taxa de ganho de peso animal, além de ser considerado mais sustentável. Por outro lado, o pastejo contínuo é menos trabalhoso para a gestão diária.

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Conseguiu entender as diferenças entre pastejo rotacionado e pastejo contínuo? 

É importante considerar todos os fatores que comentamos neste artigo para tomar a decisão correta e atingir os objetivos da sua fazenda.
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