6 passos para adotar a Eficiência Alimentar com Argeu Silveira 

Quando falamos em pecuária moderna de sucesso, há um conceito fundamental que não pode mais ser subestimado e que vem transformando fazendas por todo o Brasil: é a Eficiência Alimentar. Com ela, o gado desempenha melhor comendo menos, e, por consequência, reduz custos, assim como produtividade é impulsionada. Afinal, a maior parte do custo da produção está na alimentação e melhorar esse aspecto pode ser o diferencial que eleva a operação para outro patamar muito mais rentável.  

Neste momento de alta competitividade, adotá-la enquanto prática deixou de ser apenas uma opção para se tornar um requisito essencial, assim como a seleção genômica. Projetos que investem em Eficiência conseguem aumentar a taxa lotação sem precisar aumentar área de pastagem, o que representa mais lucro e menos desperdício. 

O passo a passo para adotar a Eficiência Alimentar que você verá abaixo foi desenvolvido a partir da metodologia e das técnicas práticas de ninguém menos que Argeu Silveira, médico-veterinário e melhorista animal com mais de quatro décadas dedicadas ao melhoramento animal, consultor dos mais consagrados projetos de melhoramento do mercado e reconhecido por construir marcas que se tornaram referências em produtividade e Eficiência Alimentar. 

Passo 1: Definição de objetivos da fazenda 

De acordo com Argeu, o primeiro passo para adotar Eficiência Alimentar é entender claramente os objetivos da fazenda junto ao criador. Cada propriedade tem um perfil diferente: alguns desejam ser referência na produção e vendas regionais, enquanto outros buscam aprimorar a qualidade genética para mercados específicos. 

Essa definição alinhada garante que as estratégias aplicadas sejam personalizadas, respeitando o patrimônio do criador e potencializando os resultados esperados.  

Sem um objetivo bem estabelecido, as ações podem perder foco e eficiência, comprometendo todo o processo de seleção e manejo 

Passo 2: Auditoria do rebanho e processos 

Para o consultor, o segundo passo envolve uma auditoria completa do rebanho, avaliando fêmeas, touros, metodologias de reprodução e estratégias de comercialização.  

Essa análise revela o potencial genético disponível e identifica falhas que podem impedir o avanço na Eficiência Alimentar e em demais características de impacto econômico.   

Com base nos dados coletados, decide-se se o material genético atual atende aos objetivos ou se há necessidade de aquisição de novos animais. Vale salientar que essa etapa é fundamental para diagnosticar falhas produtivas e estabelecer uma base sólida para as próximas ações de seleção.  

Na prática, a auditoria inclui avaliações funcionais como peso a desmama, perímetro escrotal, ganho pós-desmama e fertilidade, além de verificações visuais de estrutura, musculosidade, aprumos, umbigo e temperamento aos 18 meses, garantindo que apenas animais com alto potencial sejam mantidos. 

Passo 3: Colocando a fazenda “nos trilhos” 

O terceiro passo foca em organizar a fazenda para dar oportunidades iguais a todos os animais, formando grupos de manejo uniformes e evitando que destaques sejam removidos precocemente após o desmame. Essa equalização permite identificar verdadeiros campeões por meio de medições precisas, sem distorções no desempenho.  

Verifica-se também a adesão a programas de melhoramento genético , garantindo rastreabilidade e padronização. Sem essa estruturação bem feita, o progresso genético fica comprometido e a seleção perde confiabilidade, pois animais não recebem condições equivalentes para expressarem seu potencial genético.  

Conforme Silveira, além disso, é fundamental que a propriedade invista em manejo adequado do pasto e protocolos sanitários rigorosos, como vacinação e vermifugação, para garantir que os animais estejam saudáveis e tenham o ambiente ideal para expressar todo seu potencial produtivo. Esses cuidados complementares são essenciais para que o processo de seleção seja eficaz e sustentável a longo prazo. 

Passo 4: Implantar o pacote tecnológico 

O quarto passo para adotar a Eficiência Alimentar no rebanho envolve a implementação de um pacote tecnológico que combina ferramentas genéticas e de manejo. A genômica é fundamental, pois permite identificar desde cedo os animais com melhor potencial para Eficiência Alimentar, acelerando as gerações e melhorando a precisão das seleções. Com isso, o intervalo entre gerações diminui significativamente, proporcionando ganho genético mais rápido e sustentável.  

Assim também, a avaliação da precocidade sexual das fêmeas e dos machos possibilita descartar cedo os animais menos produtivos, garantindo que apenas aqueles com maior potencial continuem na reprodução.  

A partir da medição rigorosa do consumo alimentar individual e do ganho de peso, é possível identificar animais que necessitam de menos alimento para alcançarem o desempenho esperado, a base da Eficiência Alimentar.   

Complementando esse pacote, tecnologias como ultrassonografia avaliam a qualidade da carcaça, para associar a busca pela eficiência a de outras características de interesse comercial. 

Sistemas de automação, como cochos eletrônicos e balanças voluntárias, fornecem dados constantemente atualizados sobre ingestão de alimento e ganho de peso dos animais, facilitando o monitoramento contínuo e decisões embasadas em dados. Esse conjunto integrado maximiza os resultados econômicos do confinamento, onde a alimentação representa até 95% dos custos.  

Como nos diz o próprio Dr. Argeu: 

“Quando eu olho individualmente, qual característica mais impacta economicamente e acima até da própria fertilidade [é a Eficiência Alimentar] ela é a mais importante de todas. Tanto pelo fato que nos confinamentos hoje de 92 a 95% do custo de produção dela vem da alimentação, se eu mexo na alimentação eu tenho um ganho espetacular.”  

Passo 5: Seleção e uso de animais craques 

O quinto passo concentra-se na identificação e uso intensivo dos animais superiores, ou “craques”, em Eficiência Alimentar, combinados com outras características econômicas como fertilidade e qualidade de carcaça. Esses indivíduos, com CAR negativo e bom equilíbrio fenotípico, devem ser priorizados em acasalamentos para disseminar rapidamente os genes desejados no rebanho.  

Para Argeu, é essencial descartar candidatos ineficientes, mesmo que anteriormente valorizados, priorizando a ciência sobre preferências pessoais: uma decisão que exige posicionamento firme do consultor. Exemplos como o touro Diplomata e fêmeas que produzem filhos eficientes a cinco gerações comprovam como a Eficiência Alimentar perpetua ganhos e eleva a produtividade do rebanho.  

Essa estratégia de alto ganho genético depende de confiança nos dados e uso estratégico de doadoras e touros jovens. 

➜ Leia também: Melhoramento genético e Eficiência Alimentar: o caminho para rebanhos mais produtivos e rentáveis 

Passo 6: Monitoramento contínuo e acasalamentos direcionados  

O último passo para consolidar a Eficiência Alimentar no rebanho é manter um monitoramento constante dos animais, etapa que ganha força quando todo o processo já vem sendo acompanhado pelo Intergado Efficiency. Ao registrar consumo, peso, ganho diário, conversão alimentar e CAR, a solução sustenta a construção da seleção; 

Com esse histórico de dados, o criador identifica rapidamente quais linhagens mantêm desempenho consistente e quais não acompanham o progresso do rebanho. Isso permite fazer descartes pontuais, ajustar o manejo e direcionar acasalamentos com muito mais segurança. A leitura clara da eficiência individual facilita a escolha de reprodutores que reforçam as características desejadas e ampliam o potencial genético das próximas gerações. 

Dessa forma, o monitoramento contínuo, sustentado pelo Intergado Efficiency, reduz custos, melhora a produtividade e dá previsibilidade ao sistema. Quando se soma a um manejo estruturado e à seleção genética bem orientada, cria-se um ciclo permanente de progresso genético, em que cada decisão leva o rebanho a um patamar mais eficiente e economicamente sólido. 

Conclusão: benefícios da Eficiência Alimentar no rebanho nelore 

Ao adotar a Eficiência Alimentar, o produtor identifica animais que produzem mais consumindo menos alimento, o que se traduz em redução significativa dos custos de produção,  

Além da economia, animais eficientes tendem a apresentar melhores índices de ganho de peso e desempenho, sem comprometer a qualidade da carne.  

Outro benefício importante é a otimização da área necessária para produção, tornando a atividade mais sustentável e competitiva. A Eficiência Alimentar também contribui para redução da emissão de metano devido à melhor conversão alimentar, alinhando a pecuária com práticas ambientais responsáveis.  

Por fim, segundo o médico-veterinário, a seleção baseada na eficiência fortalece a competitividade dos criadores no mercado, permitindo que animais eficientes tenham maior valor comercial e acesso facilitado a centrais de inseminação e leilões especializados que defende:  

“Eu vejo aqui que num futuro muito próximo, a Eficiência, igual à genômica, vai vir e a pessoa vai ter que fazer, porque senão ela perde competitividade!” 

Saiba mais sobre a tecnologia utilizada por Argeu Silveira ao implantar programas de Eficiência Alimentar em fazendas de todo o Brasil e do mundo. Clique abaixo e conheça o Intergado Efficiency!  

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Sobre Argeu Silveira 

Médico-veterinário e melhorista animal, reconhecido por sua dedicação e pelas contribuições significativas ao desenvolvimento genético do Nelore e de outras raças bovinas. Com quatro décadas de experiência, Silveira tem sido fundamental no progresso genético de diversas raças, em especial do gado Nelore, contribuindo para o pedigree de 490 dos 500 touros melhores avaliados pela Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores (ANCP), o que representa 98% desse seleto grupo. 

Seu trabalho inclui a identificação de fêmeas eficientes, férteis e produtivas e machos eficientes capazes de produzir sêmen precocemente, aumentando a produtividade da raça. Silveira também é autor do livro “Linhagens de Touros Nelore”, que se tornou um guia para o acasalamento dirigido e para a continuidade do aprimoramento da raça. 

Seu impacto no melhoramento genético bovino do Brasil é duradouro: molda o presente e ajuda a definir o futuro, garantindo que a pecuária permaneça no panteão do agronegócio mundial.  

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