Quais os resultados de uma Prova de Eficiência Alimentar?

Na pecuária de corte, a seleção genética tem papel fundamental no aprimoramento de características de interesse econômico, como ganho de peso, fertilidade e Eficiência Alimentar. Os criadores que investem em genética buscam, sobretudo, animais superiores para repassar essas qualidades ao rebanho, tornando-o mais produtivo e rentável ao longo das gerações.

Para identificar se um animal realmente possui as qualidades desejáveis para ser utilizado como reprodutor ou matriz, é preciso submetê-lo a avaliações genéticas criteriosas. A Prova de Eficiência Alimentar é uma dessas metodologias e tem ganhado destaque entre criadores de genética por permitir medir, com precisão, o potencial dos animais em consumir menos alimento sem comprometer o seu desempenho.

Hoje, a PONTA explicará como essa prova funciona, para que ela serve e quais os resultados são obtidos após a avaliação. Acompanhe a leitura!

O que é a Prova de Eficiência Alimentar?

É um processo que avalia a genética dos bovinos de corte com o objetivo de identificar aqueles que têm maior capacidade de converter alimento em carne. Nessa avaliação, os animais são monitorados em um ambiente controlado, onde recebem uma dieta padronizada.

Mas qual é o principal diferencial desta metodologia? Está na capacidade de mensurar com precisão o consumo individual de cada animal por meio de tecnologias avançadas como cochos eletrônicos e balanças de pesagem voluntária que permitem registrar a quantidade de alimento ingerido por cada bovino e o ganho de peso diário. A partir desses registros é possível criar uma base de dados confiável para a avaliação genética do rebanho. 

No final da prova, são gerados relatórios sobre o Consumo Alimentar Residual (CAR), Ganho Residual (GR), Conversão Alimentar (CA) e outros indicadores que ajudam na tomada de decisão sobre seleção, venda e reprodução dos melhores bovinos.

As etapas da Prova de Eficiência Alimentar

Podemos resumir a Prova de Eficiência Alimentar em quatro etapas principais, sendo que cada uma tem seu papel no bom andamento da avaliação. Veja:

1 – Planejamento da prova

O primeiro passo é o planejamento. Aqui, são definidos o espaço onde a prova será feita, os equipamentos utilizados, a dieta dos animais e a quantidade de bovinos que irão compor o grupo.

Também é nesse momento que é realizado o cadastro dos animais no sistema utilizado (o Intergado Efficiency, da PONTA, é um ótimo exemplo para isso).

Com esse planejamento, a fazenda tem previsibilidade e segurança para seguir com as próximas fases. O manejo correto, a definição da duração da prova e a escolha de uma dieta balanceada também fazem parte desta etapa.

2 – Período de adaptação dos animais

Aqui, o foco é acostumar os animais ao ambiente e aos equipamentos da prova. Ou seja, os bovinos precisam estar confortáveis com as balanças e os cochos eletrônicos para ter uma medição de sucesso.

Esse período não deve ser ignorado, pois só assim será possível obter dados verdadeiramente confiáveis. O comportamento do animal, o relacionamento com os outros animais do lote e a adaptação à nova dieta são observados com atenção durante essa fase.

3 – Realização da prova

Com os animais adaptados e o planejamento em prática, começa a fase de coleta dos dados. Durante esse período, é importante manter o ambiente estável, sem intervenções externas que possam alterar o comportamento alimentar dos bovinos.

Deve-se evitar a realização de exames, apartações ou retiradas de animais da baia de avaliação, pois tudo isso reflete no desempenho do lote. 

A alimentação é fornecida de forma contínua e monitorada, e os cochos eletrônicos registram automaticamente os dados de consumo. Além de medir o consumo dos animais, é fundamental analisar o seu ganho de peso diário. Com a tecnologia das balanças de pesagem voluntária do Intergado Efficiency, os animais são pesados sempre que vão beber água, sem necessidade de manejo e sem stress.

4 – Entrega dos resultados

Ao final da prova, é gerado um relatório com todos os dados de cada animal. Essa etapa é a mais aguardada, pois entrega ao criador uma visão mais detalhada sobre o desempenho do rebanho em termos de eficiência alimentar.

Quais são os indicadores utilizados na prova?

Os principais indicadores analisados são: Consumo Alimentar Residual (CAR), Ganho Residual (GR), Consumo e Ganho Residual (CGR) e Conversão Alimentar (CA).

A seguir, confira mais sobre cada um:

• Consumo Alimentar Residual (CAR): é o indicador que mostra quanto alimento o animal consumiu a mais ou a menos do que o previsto, considerando o seu peso e taxa de crescimento. Quando o CAR é negativo, significa que o animal consome menos do que o esperado, sem prejudicar seu ganho de peso;
  
• Ganho de Peso Residual (GPR) e Consumo e Ganho Residual (CGR): o Ganho de Peso Residual analisa o quanto o animal ganhou de peso além do que era esperado, levando em conta seu histórico e seu grupo contemporâneo. Já o CGR faz a junção dos dois dados: quanto o animal consome e quanto ele ganha de peso de forma residual.
  
  Os animais com bom CGR se destacam em sistemas mais exigentes, porque combinam bom desempenho com menor necessidade de alimentação;
  
• Conversão Alimentar (CA): é o cálculo de quilos de alimento consumidos divididos pelo quilo de peso ganho. Quanto menor o número, melhor é a conversão. É um índice muito utilizado na pecuária de corte, por mais que o consumo alimentar residual esteja ganhando espaço para garantir com mais precisão a Eficiência Alimentar.

Benefícios da Prova de Eficiência Alimentar para o produtor

Existem muitos benefícios ao aplicar essa avaliação, mas separamos as quatro maiores vantagens para você. Confira:

Identificação de reprodutores mais produtivos e econômicos

O pecuarista consegue identificar quais animais ganham mais peso comendo menos. Isso só é possível através dos indicadores de consumo alimentar residual e o ganho residual. 

Essa informação é importante para direcionar o uso de reprodutores mais eficientes, contribuindo para a formação de um rebanho mais produtivo e com menor custo alimentar e custo de mantença ao longo do tempo.

Otimização do investimento em alimentação do rebanho

Na criação de bovinos de elite, os animais não são abatidos. Eles permanecem por anos no rebanho como reprodutores ou matrizes. Isso torna o custo de mantença um ponto sensível na operação.

Com os dados da Prova de Eficiência Alimentar em mãos, é possível selecionar indivíduos que consomem menos sem perder em desempenho. Esses animais representam uma grande vantagem econômica, já que permanecem por mais tempo no plantel, e o gasto com alimentação impacta diretamente na lucratividade da fazenda.

Valorização dos animais em feiras, leilões e venda direta

Os animais com dados comprovados de desempenho em Eficiência Alimentar ganham mais destaque no mercado. Isso é ótimo para aumentar o valor de venda dos exemplares e também gerar mais interesse de compradores que buscam melhorar a base genética de suas propriedades.

Os reprodutores e matrizes com CAR negativo e bom ganho de peso são muito valorizados no mercado genético. Nas Centrais de Biotecnologia, por exemplo, tem crescido a demanda por animais comprovadamente eficientes, com potencial para transmitir essas características às próximas gerações.

Benefícios para produção comercial: diminuição dos custos de produção 

Em confinamentos, por exemplo, cada centavo economizado na alimentação é um sinal positivo na margem de lucro. Uma das estratégias mais efetivas para a redução de custo é a troca do rebanho comum por um rebanho mais eficiente. 

Para fazer isso, é fundamental a escolha e utilização de Touros Eficientes na estação de monta das fazendas de cria e ciclo completo, como a Nelore Paranã. Dessa forma, é possível gerar bezerros que comem menos e ganham mais peso e que vão deixar mais lucro para o produtor.

Para escolher o melhor touro para sua estação de monta, acesse o guia Efficiency Tour com a lista de reprodutores eficientes com material genético disponível nas principais centrais de sêmen do mercado. 

🐂 Leia também — Custos de produção fixos e variáveis na gestão pecuária

Então, conseguiu entender mais sobre a Prova de Eficiência Alimentar para melhorar o resultado da sua fazenda? Ao mensurar os indicadores que comentamos até aqui, é possível enxergar o rebanho com mais clareza.

Com base em todas as informações coletadas, é possível melhorar a economia, valorização dos animais e até a segurança na reprodução de indivíduos geneticamente superiores. 

Aproveite para conhecer o Intergado Efficiency e veja como esse sistema inteligente pode lhe ajudar no acompanhamento do consumo e ganho de peso dos seus animais!