Cria, recria e engorda em RIP e TIP: como funciona o processo de adaptação de dieta?
A produção de gado de corte passa por três fases: cria, recria e engorda. Cada uma dessas etapas tem suas características e influência no resultado final da carne e da lucratividade da fazenda. Nos últimos anos, muitos pecuaristas estão trabalhando bastante com os sistemas de RIP e TIP.
Mas você sabe como integrar essas fases dentro de um sistema de produção intensivo a pasto? E como adaptar o rúmen na transição alimentar?
Se a sua intenção é entender melhor como fazer tudo isso, saiba que neste conteúdo a PONTA explicará tudo sobre o assunto. Continue a leitura para saber mais detalhes!
Como acontece a cria e recria no sistema de produção de gado de corte
A fase de cria é o primeiro passo de todo o processo da pecuária de corte. É o período que começa no nascimento dos bezerros e perdura até o desmame, que costuma acontecer entre os 6 e 8 meses de idade.
Durante a cria, os nascimentos são, geralmente, programados para o período seco, entre julho e agosto, fazendo com que o desmame coincida com o final das chuvas. Assim, existe mais disponibilidade de pasto de qualidade juntamente com as necessidades nutricionais das vacas e dos bezerros.
Nesta fase, os cuidados são inteiramente voltados tanto para a saúde das matrizes quanto para o desenvolvimento inicial dos bezerros. O bom manejo reprodutivo garante bezerros mais pesados ao desmame, o que é um ótimo ponto de partida para a próxima fase.
A partir do desmame, é iniciada a recria. Nesse momento, o sistema de produção passa a exigir maior controle nutricional e de manejo, caracterizando uma produção mais intensiva. A recria é responsável por transformar o bezerro desmamado em um animal com estrutura corporal para iniciar a fase de engorda.
Características da Recria Intensiva a Pasto (RIP)
A RIP é um grande avanço na forma como a cria e recria são conduzidas nas fazendas de gado de corte. Com este modelo, os animais recebem as pastagens de alta qualidade juntamente com suplementação, que garante uma taxa de ganho de peso superior aos sistemas tradicionais.
Essa combinação de pasto com dietas suplementares favorece o desenvolvimento acelerado, com redução do ciclo produtivo e melhor aproveitamento da infraestrutura da fazenda. Outro aspecto relevante da RIP é a possibilidade de manter as fêmeas em um ritmo de ganho de peso que possibilita a antecipação da idade de inseminação, com impacto direto na eficiência reprodutiva do rebanho.
A implementação da RIP no processo de cria e recria exige planejamento nutricional, com formulação de dietas balanceadas que complementam os nutrientes fornecidos pela pastagem.
Os resultados zootécnicos obtidos com este sistema frequentemente superam as expectativas, com animais atingindo pesos de terminação aos 18 a 20 meses de idade, comparados aos 24 a 30 meses dos sistemas convencionais.
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Sobre a adaptação do rúmen na passagem da RIP para a TIP
A passagem da fase de recria para engorda exige muita atenção. Como a RIP já entrega uma quantidade considerável de concentrado na dieta dos animais, o próximo passo é fazer a transição alimentar para a TIP, sempre com foco na adaptação do rúmen.
O rúmen, responsável pela digestão de volumosos e grãos, precisa de tempo para se adaptar às mudanças no perfil da dieta. Esse processo de adaptação evita distúrbios digestivos e faz com que os bovinos aproveitem ao máximo os nutrientes dos grãos oferecidos durante a TIP.
Na prática, a transição alimentar é feita aos poucos. O volume de concentrado vai aumentando enquanto o fornecimento de pasto é mantido, o que cria um ambiente propício para o desenvolvimento da microbiota ruminal para a digestão de grãos.
Características da Terminação Intensiva a Pasto (TIP)
A TIP é a última etapa do ciclo de cria e recria. Aqui, os bovinos recebem uma dieta altamente concentrada, mesmo estando em pastagens. O principal objetivo é alcançar o peso de abate com carcaças bem acabadas e dentro dos padrões exigidos pelo mercado.
A diferença da TIP para o confinamento tradicional é o uso do pasto como base, o que proporciona ao produtor uma redução de custos com estrutura física, como cochos e áreas de descanso.
Com acompanhamento constante de indicadores como: tempo de ruminação diário, frequência de visitas ao cocho, consumo de água, ganho de peso diário, conversão alimentar, consumo de matéria seca e evolução da condição corporal, o manejo intensivo permite um maior controle do desempenho dos animais.
Os benefícios dos sistemas RIP e TIP na cria, recria e engorda
Existem vários benefícios ao implementar os sistemas intensivos a pasto na produção de gado de corte. Os animais que passam pelos sistemas de RIP e TIP apresentam um desempenho superior em questões produtivas.
Uma das maiores vantagens é a redução da idade de abate, passando de 36 a 42 meses nos sistemas convencionais para 24 a 30 meses nos intensivos. Para os pecuaristas, essa diferença é muito considerável em termos de lucratividade.
Outro fator é a qualidade da carcaça, que apresenta melhorias realmente notáveis, com maior deposição de gordura intramuscular e melhor acabamento externo. Todos estes aspectos são valorizados pelos frigoríficos.
E, claro, a uniformidade dos lotes é mais um benefício dos sistemas RIP e TIP. Essa característica facilita o planejamento da comercialização e reduz os custos de mudanças nas dietas de animais com desempenho inferior.
Por que integrar tecnologias na gestão dos sistemas intensivos?
Tanto a RIP quanto a TIP demandam vasto controle de variáveis produtivas, nutricionais e econômicas, o que torna indispensável o uso de softwares para auxiliar nesse processo. É importante realizar o registro de dados, fazer análises preditivas e otimizar os processos produtivos.
O gerenciamento desses sistemas exige integração entre diferentes aspectos da produção, desde o planejamento nutricional até o controle financeiro. A padronização na coleta de dados é um ponto fundamental para identificar gargalos produtivos e oportunidades de melhoria.
Algumas tecnologias como identificação eletrônica, controle de cocho e sistemas de monitoramento comportamental fornecem informações importantes para otimização dos resultados zootécnicos e econômicos.
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A implementação de sistemas de Recria Intensiva a Pasto (RIP) e Terminação Intensiva a Pasto (TIP) é uma forma eficiente de intensificar a produção de gado de corte, combinando desempenho zootécnico e viabilidade econômica.
O sucesso desses sistemas depende da adaptação ruminal e do manejo nutricional preciso, aspectos que demandam conhecimento técnico e integração de tecnologias que facilitam a gestão. A cria e recria intensiva, quando bem conduzida, gera ganhos em precocidade, qualidade de carcaça e produtividade.
Para que todo esse processo seja mais organizado e controlado, o TGC GA e o Ecossistema GA, da PONTA, se apresentam como uma solução robusta para a gestão de sistemas intensivos.
Com o Ecossistema GA, é possível realizar o cadastro da fazenda, manejo de reprodução, nascimento e desmama e os manejos sanitários. Já o TGC GA, o produtor realiza o planejamento nutricional, controle de estoque de insumos (fármacos e nutrição), formulação de dietas, leitura de cocho e curva de consumo e curva de crescimento.
A plataforma também possibilita a integração com equipamentos como balanças e leitores de brincos, favorecendo o acompanhamento de cada lote.
Unindo conhecimento técnico e integração tecnológica, o pecuarista tem mais segurança na tomada de decisões, melhorando os resultados de cria, recria e engorda em sistemas de RIP e TIP.
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