Pasto, eficiência e informação: o tripé da RIP e TIP no Brasil
A pecuária de corte no Brasil tem passado por uma transformação significativa nas últimas décadas. Entre os sistemas que mais se destacam nesse processo estão a Recria Intensiva a Pasto (RIP) e a Terminação Intensiva a Pasto (TIP), modelos que buscam otimizar o uso de pastagens com suplementação estratégica, reduzindo o tempo de recria e engorda, acelerando o giro do rebanho e aumentando a produtividade por hectare.
Acompanhando esse movimento, as tecnologias de gestão, monitoramento e controle sanitário e gestão financeira ganham protagonismo, pois permitem transformar dados zootécnicos e produtivos em decisões precisas e eficientes. Com isso, o pecuarista melhora o desempenho do rebanho e a lucratividade com menor risco e maior previsibilidade.
Abaixo, você vai entender tudo sobre o funcionamento da adaptação da dieta nas fases de cria, recria e engorda, e as principais tecnologias usadas para potencializar esses sistemas produtivos. Boa leitura!
O que é RIP?
A Recria Intensiva a Pasto, conhecida como RIP, é um modelo de manejo desenvolvido para acelerar o desenvolvimento de bezerros e animais jovens após o desmame.
O objetivo principal é superar gargalos comuns da recria tradicional, como perda de peso, baixo desempenho e ciclos excessivamente longos, por meio da combinação de pastagens bem manejadas com suplementação nutricional estratégica.
Na RIP, mesmo logo após o desmame, os animais recebem suporte nutricional suficiente para manter crescimento contínuo e saudável.
Normalmente, a suplementação varia entre 0,6% e 1,0% do peso vivo (PV) ao dia, ajustada conforme a qualidade e disponibilidade de forragem. Esse manejo permite ganhos médios diários (GMD) entre 0,8 e 1,0 kg/animal, possibilitando que animais desmamados com cerca de 200 kg atinjam aproximadamente 400 kg em menos de um ano.
Como resultado, a fase de recria, que em sistemas convencionais pode durar 18 a 24 meses, é reduzida para 7 a 9 meses, diminuindo custos, aumentando o giro do capital e elevando a eficiência produtiva.
O que é TIP?
A Terminação Intensiva a Pasto, ou TIP, é o passo seguinte à RIP. Trata-se de um sistema híbrido entre pastagem e confinamento, em que o animal continua pastejando, mas recebe maior quantidade de ração ou concentrado para acelerar a engorda.
Nessa fase, os animais já possuem rúmen adaptado, estrutura corporal adequada e bom desenvolvimento, resultado da recria intensiva.
Vale ressaltar que a transição entre RIP e TIP deve ser gradual, garantindo adaptação ruminal, segurança digestiva e eficiência nutricional. Desa forma, a formulação nutricional equilibra proteína e energia, permitindo ganhos expressivos e conversão alimentar otimizada.
Com a TIP bem conduzida, o ganho de peso é maximizado, reduzindo drasticamente o tempo necessário para atingir o peso de abate.
Em muitos casos, os sistemas de TIP conseguem antecipar a idade de abate com animais mais pesados, de melhor acabamento e com maior rendimento de carcaça: tudo isso mantendo o uso do pasto como base da dieta.
➝ Leia também: Cria, recria e engorda em RIP e TIP: como funciona o processo de adaptação de dieta?
Tecnologias de Ponta usadas na RIP e TIP
A intensificação bem-feita depende de um sistema que organiza, integra e dá sentido aos dados do rebanho.
No centro desse processo está o Ecossistema GA, a base tecnológica mais importante para quem trabalha com RIP e TIP, responsável por estruturar a informação, conectar etapas e garantir que tudo, do nascimento ao abate, siga o planejamento produtivo.
A solução concentra o cadastro completo da fazenda, o histórico reprodutivo e sanitário, os registros individuais desde o nascimento até o desmame e o acompanhamento do ciclo produtivo até a terminação.
Com esses dados organizados, o produtor enxerga o desempenho com clareza, planeja com mais precisão e toma decisões que elevam a produtividade e a rentabilidade dos sistemas intensivos.
A esse núcleo se somam tecnologias complementares que fortalecem o dia a dia:
A Rastreabilidade GA assegura controle total do ativo biológico, organização documental, conformidade com protocolos como o Sisbov e acesso a mercados que exigem segurança alimentar.
O App Ronda Sanitária agiliza o manejo de saúde, permitindo registrar tratamentos e acompanhar o histórico de cada animal pelo celular. Enquanto a Integração Contábil converte dados produtivos em indicadores financeiros, como custos, margens, lucratividade por arroba e consumo de insumos, trazendo clareza e confiabilidade para a gestão financeira.
Com esse conjunto integrado, RIP e TIP operam com mais organização, segurança e performance, sustentadas por tecnologias que realmente conversam entre si e elevam a eficiência do sistema como um todo.
Fechando o assunto
No fim, chegamos ao tripé que sustenta este artigo: pasto, eficiência e informação. A RIP e a TIP mostram que é possível acelerar o desenvolvimento dos animais, reduzir o ciclo de produção e ampliar a rentabilidade sem abrir mão da base forrageira.
Quando o manejo intensivo encontra tecnologia inteligente, a pecuária se torna mais moderna, sustentável e guiada por informações confiáveis. É essa combinação que coloca o produtor em posição estratégica para responder às demandas do mercado e aproveitar novas oportunidades.
O Ecossistema GA é o centro dessa transformação: organiza as informações da fazenda, integra as etapas do ciclo produtivo e oferece a base de dados que dá segurança às decisões. Dessa forma, o produtor enxerga o desempenho dos animais, entende os custos com precisão e conduz a RIP e a TIP com muito mais eficiência e previsibilidade, especialmente quando conectado às demais soluções que compõem a gestão da fazenda.

