Principais características de interesse econômico que valorizam o melhoramento genético do rebanho

Você já notou que existem rebanhos que geram mais lucro do que outros, onde cada animal come menos, cresce mais rápido e produz carne de qualidade? Isso só é possível graças ao melhoramento genético

Enquanto muitos pecuaristas ainda lutam contra margens apertadas e custos altos, existe um grupo que encontrou a fórmula certa para fazer a genética do rebanho trabalhar a seu favor. Na prática, eles sabem muito bem quais características econômicas priorizar e como o melhoramento genético transforma cada real investido. 

Neste artigo, a PONTA explicará quais são essas características que separam os rebanhos medianos dos excepcionais, e como aplicar esse conhecimento no seu negócio. Vamos conferir?

O que é melhoramento genético na pecuária?

O melhoramento genético é uma estratégia que busca selecionar e reproduzir animais com algumas características positivas de produção. Isso é feito com técnicas que interferem no processo de reprodução, para que, nas gerações seguintes de animais, a herança seja direcionada para características desejáveis.

Na pecuária de corte, essa seleção prioriza questões relacionadas ao ganho de peso, a precocidade sexual, a fertilidade, a resistência a doenças e a conformação de carcaça. Tudo isso tem influência direta sobre o custo de produção, a taxa de desfrute e o retorno econômico do negócio.

A genética do rebanho moderna tem como base o uso de dados científicos e tecnologia para identificar os animais geneticamente superiores com mais precisão. Ao aplicar essa estratégia de melhoramento, os pecuaristas aumentam a consistência e previsibilidade dos resultados. Ou seja, criam rebanhos mais produtivos, adaptados e lucrativos.

Os princípios do melhoramento genético

A variabilidade genética, a herdabilidade das características e a pressão de seleção são os principais pilares para que o melhoramento genético realmente tenha resultados. Mas o que isso significa? Confira abaixo:

1. Variabilidade genética

  • É a diversidade genética entre os indivíduos do rebanho;
  • Base para qualquer programa de melhoramento: sem variabilidade, não há o que selecionar;
  • Identifica animais com características superiores em relação ao grupo;
  • Rebanhos com baixa variabilidade evoluem lentamente, mesmo com pressão de seleção;
  • Quanto maior a variabilidade, maior o potencial de progresso genético.

2. Herdabilidade

  • Indica o quanto das diferenças observadas entre os animais é de origem genética;
  • Mostra a proporção do desempenho que pode ser transmitido aos descendentes;
  • Características com alta herdabilidade (ex: ganho de peso) respondem mais rapidamente à seleção;
  • Características com herdabilidade baixa (ex: fertilidade) exigem mais dados e tempo para progresso;
  • Ajuda a priorizar quais características valem a pena intensificar nos programas de seleção.

3. Pressão de seleção

  • Determina a intensidade com que os melhores animais são escolhidos para reprodução;
  • Está ligada à porcentagem de indivíduos que serão utilizados como base genética;
  • Quanto mais rigorosa a seleção, mais rápido é o avanço genético do rebanho;
  • Requer critérios bem definidos e ferramentas confiáveis de avaliação (como DEPs e genômica);
  • Impacta diretamente na qualidade e velocidade do progresso das gerações futuras.

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A importância da tecnologia no melhoramento genético

Hoje em dia, é possível estimar o valor genético de um animal com alta precisão logo nos primeiros meses de vida, usando a tecnologia a seu favor. Além disso, biotecnologias reprodutivas como inseminação artificial, fertilização in vitro e transferências de embriões conseguem multiplicar os genes dos animais superiores em larga escala.

O uso do BLUP (Best Linear Unbiased Prediction) em avaliações genéticas também considera diferentes fontes de informação, incluindo parentesco e ambiente, para estimar o verdadeiro mérito genético de cada indivíduo.

Essas ferramentas são a base do melhoramento genético moderno, que não depende mais apenas do “olhômetro”, mas sim de dados consistentes e decisões técnicas.

Características de crescimento e eficiência alimentar

O desempenho do crescimento é uma das primeiras metas de quem trabalha com bovinos de corte. Isso é bem simples de entender: o crescimento influencia diretamente na velocidade de retorno de investimento. Os animais que crescem rápido saem mais cedo do sistema e liberam espaço para novas levas.

Os indicadores que mais ajudam nesse processo são o peso à desmama e o ganho de peso diário. Eles ajudam a prever como será o desenvolvimento do animal e sua performance em sistemas de engorda.

O ponto aqui é: quanto antes o animal estiver pronto para o abate ou apto à reprodução, menor será o custo por quilo de carne produzido ou por bezerro gerado. Ao contar com o melhoramento genético, o produtor consegue acelerar o ciclo produtivo e aumentar o giro de capital.

Já em relação à eficiência alimentar, a alimentação tem um custo, em média, de 60% nas fazendas. Por isso, é muito vantajoso ter animais com maior eficiência alimentar, pois torna o negócio mais competitivo. 

A eficiência alimentar mede a capacidade de transformar o alimento ingerido em peso vivo. Dentro dessa categoria, o Consumo Alimentar Residual (CAR) é uma métrica importante: ele indica o quanto um animal consome acima ou abaixo do esperado para seu nível de crescimento. Os bovinos com CAR negativo consomem menos e mantêm bom desempenho.

Com isso, o melhoramento genético possibilita selecionar esses animais mais “econômicos”, que demandam menos insumos para entregar os mesmos resultados. Essa eficiência reduz custos e melhora o uso dos recursos naturais.

Características reprodutivas e fertilidade

A fertilidade é um dos pilares mais importantes da pecuária de corte. Sem bezerros, não existe produção, e sem regularidade reprodutiva, os custos sobem rapidamente. Nesse sentido, as características como precocidade sexual, intervalo entre partos e longevidade reprodutiva merecem atenção.

As fêmeas que geram cedo e mantêm uma boa taxa de concepção ao longo dos anos diminuem os gastos com reposição e aumentam o número de crias ao longo da vida. Já os machos precoces entram mais cedo na estação de monta, o que otimiza o uso da genética superior. 

Todas essas características têm herdabilidade de moderada a baixa, o que exige maior número de dados e tempo de observação. Porém, o impacto sobre a produtividade compensa o investimento. 

Qualidade de carcaça e valorização no mercado

Todo pecuarista sabe que o consumidor está mais atento à qualidade da carne, por isso a qualidade da carcaça faz a diferença. O rendimento, a área de olho de lombo, o marmoreio e a cobertura de gordura são características que influenciam na precificação do animal no frigorífico. 

Aqui, a genética é muito relevante. Os animais com boa conformação corporal, deposição de gordura e maior proporção de cortes nobres alcançam valores mais altos. 

A seleção genética para qualidade de carcaça possibilita produzir animais que atendem melhor às exigências da indústria, com padrão superior e maior aproveitamento. Isso aumenta o valor por arroba e abre portas para programas de carne premium, que pagam bonificações por padrão.

Resistência e adaptabilidade dos animais

Aqueles animais que são resistentes a doenças e adaptados ao ambiente de produção têm menos gastos com medicamentos, manejo e perdas produtivas. Em sistemas extensivos ou regiões com clima mais severo, essa adaptabilidade faz a diferença na viabilidade econômica do negócio.

A tolerância ao calor, resistência a parasitas e capacidade de manter bom desempenho em condições adversas são características com base genética, e podem ser selecionadas dentro de programas de melhoramento.

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Conseguiu entender sobre as principais características de interesse econômico que valorizam o melhoramento genético no rebanho? 

Conforme vimos, o melhoramento é muito importante para o produtor que quer mais produtividade, estabilidade e retorno econômico. A boa seleção de características desses interesses ajuda a formar um rebanho mais adaptado, precoce, fértil e eficiente. 

O investimento na genética do rebanho é uma escolha que gera excelentes frutos por muitos anos. Ao unir biotecnologia, dados e critérios técnicos, o pecuarista constrói uma ótima base para crescer com segurança.

Por fim, recomendamos você conhecer a Intergado Efficiency da PONTA. É uma solução tecnológica que ajuda na avaliação da eficiência alimentar e comportamento ingestivo dos bovinos. É uma ferramenta que ajuda a tomar decisões mais corretas e um ótimo avanço no melhoramento genético do rebanho.

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