Febre Aftosa em 2025 – Sua fazenda está protegida?

A febre aftosa sempre foi uma das principais preocupações para pecuaristas ao redor do mundo. Por mais que o Brasil tenha avançado na erradicação da doença, ela ainda representa um risco que não pode ser ignorado. Em 2025, o nosso país segue livre de febre aftosa sem vacinação, mas isso exige atenção redobrada.

Recentemente, saíram notícias de casos registrados na Alemanha, o que traz um alerta para a cadeia produtiva de carne bovina. Esse fato reforça a necessidade de manter vigilância constante e adotar medidas preventivas em nossos rebanhos.

Diante disso, a PONTA explicará tudo sobre a febre aftosa, como acontece a transmissão, os principais riscos e o que você deve fazer para proteger sua fazenda. Vamos conferir?

O que é febre aftosa?

É uma doença viral e contagiosa que afeta bovinos, suínos, ovinos e caprinos. O vírus pertence à família Picornaviridae e ao gênero Aphthovirus, os quais são divididos em sete sorotipos: A, O, C, SAT1, SAT2, SAT3 e Asia1. No Brasil, apenas os sorotipos O, A e C foram detectados.

O impacto da febre aftosa na pecuária é devastador. Quando atinge o rebanho, causa diminuição na produção de carne e leite, perda de peso nos animais e mortalidade em animais jovens. Para o gado de corte, isso gera prejuízo financeiro, pois reduz a produtividade e dificulta negociações no comércio internacional.

Como ocorre a transmissão da febre aftosa?

O vírus se espalha rapidamente e por várias vias. Isso explica o seu alto potencial de disseminação em rebanhos bovinos. O contágio acontece principalmente pelo contato direto entre animais infectados e saudáveis, mas existem outras formas de transmissão. Veja mais sobre:

  • Ares contaminados: o vírus pode ser facilmente transportado pelo vento em curtas distâncias e causar o contágio;
  • Objetos e roupas: qualquer equipamento, roupa ou veículo que tenha entrado em contato com animais infectados tem chances de levar o vírus para outras fazendas;
  • Alimentos e água: o consumo de ração ou água contaminada também é um meio de transmissão;
  • Humanos: mesmo que raramente adoeçam, os humanos conseguem carregar o vírus e transportá-lo entre as propriedades pecuárias.

É importante que você saiba que o vírus tem uma resistência considerável no ambiente, o que significa que ele pode permanecer ativo por longos períodos em condições favoráveis.

Os sinais para identificar a doença no rebanho

O primeiro passo para conter a disseminação da febre aftosa é conhecer seus sinais. Os sintomas aparecem em um período de incubação de 2 a 14 dias, podendo variar conforme a idade do animal e a virulência da cepa viral. 

Esses sintomas geralmente são:

  • Febre alta (39,4°C a 41°C);
  • Salivação excessiva e formação de espuma ao redor da boca;
  • Vesículas (bolhas) na boca, língua, narinas, tetas e espaços entre os cascos;
  • Manqueira e relutância em se movimentar devido às lesões nos cascos;
  • Redução drástica no consumo de alimentos;
  • Queda na produção de carne e leite;
  • Rangido de dentes devido à dor;
  • Respiração rápida e ofegante.

As vesículas tendem a se romper e formar úlceras dolorosas, dificultando a alimentação. Em bezerros, a doença pode levar à morte por questões cardíacas. 

Qual a situação da febre aftosa no Brasil em 2025?

O ano de 2025 marca um momento importante para o Brasil, pois o país alcançou o status de livre da doença sem vacinação em quase todo o território nacional. 

Atualmente, apenas alguns estados das regiões Norte e Nordeste continuam com calendário de vacinação ativo, incluindo partes do Amazonas, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Alagoas. A previsão é que até 2026, todo o território brasileiro seja reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como livre de febre aftosa sem necessidade de vacinação.

Podemos afirmar que isso trouxe apenas benefícios econômicos para o país, principalmente porque ampliou o acesso a mercados internacionais mais exigentes e aumentou o valor da carne brasileira. 

Para o gado de corte, a erradicação da doença apresenta melhores oportunidades de negócio e valorização do produto nacional. Porém, a suspensão da vacina requer maior atenção às medidas de vigilância e controle nas fazendas.

O Programa Nacional de Vigilância para Febre Aftosa (PNEFA) estabeleceu um sistema robusto de monitoramento, com fiscalização intensificada em fronteiras, controle de trânsito animal entre estados e fortalecimento de laboratórios de diagnóstico. 

🐂 Veja — Como o monitoramento e controle de rebanho ajudam o produtor?

O alerta da Alemanha e as implicações para o Brasil

No início de fevereiro de 2025, a confirmação de casos de febre aftosa na Alemanha gerou um alerta vermelho no mundo pecuário. O surto, identificado em uma fazenda na região da Baviera, levou à imposição imediata de restrições comerciais à Alemanha e reforçou a necessidade de vigilância contínua, mesmo em países considerados livres da doença há décadas.

Essa situação mostra que o vírus da febre aftosa ainda é uma ameaça no mundo e que nenhum país está completamente imune. Para o Brasil, essa situação serve como um lembrete de que a vigilância não pode ser deixada de lado.

Diante dessa notícia, as autoridades sanitárias brasileiras responderam prontamente, intensificando a fiscalização em portos e aeroportos, principalmente em relação a produtos de origem animal provenientes da Europa. 

Quais os cuidados para prevenção e controle da febre aftosa?

Com o Brasil livre da febre aftosa sem vacinação, é indispensável colocar em prática algumas medidas de prevenção e controle da doença. No lugar das campanhas de vacinação em massa, ganham espaço os protocolos de biosseguridade e vigilância epidemiológica nas fazendas.

Para o pecuarista de gado de corte, isso significa implementar ações como:

  • Controle da entrada de animais na propriedade, exigindo documentação sanitária completa;
  • Quarentena para animais recém-adquiridos antes da introdução no rebanho principal;
  • Limitação do acesso de pessoas e veículos às áreas de produção;
  • Desinfecção de veículos, equipamentos e calçados na entrada da propriedade;
  • Manutenção de registros sobre o movimento de animais e ocorrências sanitárias;
  • Capacitação da equipe para identificação precoce de sinais suspeitos;
  • Comunicação imediata às autoridades sanitárias em caso de suspeita;
  • Implementação de cercas de isolamento e pedilúvios nas entradas da fazenda.

🐂 Leia também — Reduzindo custos e maximizando lucros com gestão pecuária de Ponta

Veja como a tecnologia ajuda na prevenção da doença

A tecnologia tem ganhado cada vez mais espaço nas fazendas e isso é um fortíssimo aliado na prevenção e controle de doenças. 

Entre as ferramentas mais interessantes estão os sistemas de identificação eletrônica individual (como brincos com RFID e microchips subcutâneos), que rastreiam o animal desde o nascimento até o abate. Estas tecnologias facilitam o controle de movimentação entre propriedades e o registro automatizado de procedimentos sanitários.

As câmeras térmicas e sensores corporais instalados em cochos ou porteiras detectam alterações sutis na temperatura dos animais, antes mesmo que os sintomas clínicos apareçam. Quando são integrados com sistemas de inteligência artificial, eles emitem alertas instantâneos para o produtor.

Conforme vimos até aqui, a febre aftosa no Brasil em 2025 é marcada por uma transição histórica, na qual o país está livre da doença. Isso só foi possível graças a décadas de trabalho conjunto entre produtores e órgãos governamentais. Por outro lado, como surgiram casos recentes na Alemanha, a ameaça da doença permanece real em nível global.

Para o pecuarista brasileiro, essa situação exige uma mudança de mentalidade: abandonar a dependência da vacinação e adotar uma abordagem preventiva mais ampla e tecnológica. 

Nesse sentido, para obter uma gestão mais precisa, o Ecossistema GA da PONTA pode lhe ajudar desde o monitoramento individual dos animais até a gestão de medidas sanitárias da propriedade. Com a nossa tecnologia, você consegue ter acesso a soluções que unem precisão, praticidade e tecnologia no dia a dia do campo. 

Então, ficou curioso para saber mais sobre essa solução? Confira todas as informações do Ecossistema GA e, em casos de dúvidas, entre em contato com nosso time. Até mais!

]