Quais estratégias de acasalamento utilizar na época da estação de monta de gados de corte?
O manejo produtivo é muito importante para as bases da produtividade na pecuária de corte. A estação de monta tem a função de concentrar os acasalamentos em um período específico do ano, o que melhora a organização das atividades da fazenda e otimiza o uso dos recursos.
Ao alinhar nutrição, genética e manejo reprodutivo, o produtor consegue resultados mais consistentes, com bezerros de melhor qualidade e maior uniformidade dos lotes. No entanto, para que isso aconteça, é preciso definir estratégias de acasalamento à realidade da propriedade.
Neste artigo, a PONTA explicará as principais opções para aplicar durante a estação de monta, com análise de pontos fortes e fracos de cada método, como monta natural, inseminação artificial, biotecnologias, entre outros. Continue a leitura para entender mais!
Importância de planejar a estação de monta
A estação de monta é a fase de organização da reprodução de forma concentrada, o que facilita ter previsibilidade nos partos, desmamas e vendas. Essa prática facilita alinhar o nascimento dos bezerros com períodos de melhor disponibilidade de pastagens, ajudando no ganho de peso e reduzindo riscos sanitários.
No Brasil, esse período costuma ocorrer no início das chuvas. A abundância de forragem proporciona ótima nutrição às vacas no pós-parto e auxilia na reconcepção. Ao mesmo tempo, os nascimentos no período seco diminuem a incidência de pneumonia e parasitas externos.
Com o calendário produtivo bem estruturado, o controle zootécnico é mais preciso. Isso inclui índices como taxa de prenhez, intervalo entre partos e ganho de peso médio. Esses dados ajudam a tomar decisões sobre descarte e reposição, além de indicar a melhor estratégia de acasalamento.
O que você precisa saber sobre monta natural
A monta natural é a estratégia mais utilizada no Brasil, sendo que abrange a maior parte do rebanho de corte. Isso acontece porque é simples e tem baixo custo de implantação, o que exige apenas reprodutores saudáveis, matrizes preparadas e boas áreas de pasto.
Para que você consiga obter bons resultados, o exame andrológico dos touros antes do início da estação de monta é fundamental. Essa avaliação identifica a capacidade de reprodução do animal e evita perdas durante o período de acasalamento. A proporção entre touros e vacas varia conforme a categoria e a idade dos reprodutores, mas é importante sempre observar o comportamento e a saúde do lote.
A principal vantagem da monta natural é a menor necessidade de infraestrutura. No entanto, o controle genético e a precisão nos acasalamentos são limitados. Por isso, muitos produtores optam por combiná-la com outras técnicas, usando-a como repasse após procedimentos de inseminação artificial ou IATF.
Inseminação artificial com observação de cio
A inseminação artificial com observação de cio precisa ser acompanhada diariamente para identificar o momento certo de inseminar as fêmeas. Essa estratégia oferece maior controle genético e possibilita a utilização de sêmen de touros melhoradores sem a necessidade de mantê-los fisicamente na fazenda.
O processo demanda curral de manejo, botijão para armazenar sêmen e aplicadores. A capacitação da equipe é determinante, já que a detecção de cio é o ponto crítico: erros nesse momento comprometem todo o trabalho.
Além disso, a observação deve ser feita pelo menos duas vezes ao dia, nos horários mais frescos, reunindo os animais em uma área onde seja possível identificar comportamentos típicos, como fêmeas aceitando a monta. Já o sucesso da técnica está diretamente ligado à disciplina nesse monitoramento, o que é um desafio para propriedades com mão de obra limitada.
Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF)
A IATF elimina a necessidade de observação de cio, já que utiliza protocolos hormonais para sincronizar a ovulação das fêmeas. Dessa forma, é possível realizar a inseminação em data e hora determinadas, otimizando a mão de obra e concentrando as concepções no início da estação de monta.
Essa técnica é muito útil para uniformizar lotes de bezerros e maximizar o aproveitamento genético. Além da infraestrutura básica da IA, requer aquisição de hormônios e manejos adicionais para aplicação.
Muitos criadores utilizam a IATF como primeira estratégia da estação, realizando repasses com IA convencional ou monta natural nos animais que não emprenharam.
A escolha do protocolo hormonal na IATF varia conforme a categoria das fêmeas, que pode ser adaptada para novilhas, vacas paridas ou vacas solteiras. Os protocolos de 8 ou 10 dias são os mais utilizados. Além de seguir corretamente o protocolo, é essencial garantir o bom estado nutricional e sanitário das fêmeas antes do início do manejo, pois fatores como baixa condição corporal ou doenças reprodutivas podem comprometer os resultados esperados.
Biotecnologias TE e PIV
A Transferência de Embriões (TE) e a Produção In Vitro (PIV) ajudam a multiplicar rapidamente a genética de animais superiores e acelerar o progresso do rebanho.
A TE faz a coleta de embriões de vacas doadoras e sua transferência para receptoras, enquanto a PIV envolve a fecundação dos óvulos em laboratório antes da transferência. Ambas demandam alto investimento, mão de obra especializada e programas de seleção bem estruturados.
Na prática, são indicadas para reprodutores e matrizes de alto valor genético, dentro de um programa que combina diferentes métodos. Mesmo que o custo seja alto, o ganho genético justifica o investimento, principalmente em sistemas voltados à produção de reprodutores ou carne premium.
E como combinar estratégias para obter maior eficiência?
Vale lembrar que nenhuma estratégia de acasalamento é totalmente superior, ou seja, a escolha vai depender das metas, do orçamento e da estrutura que o produtor possui. Em muitas propriedades, o melhor resultado vem da combinação de métodos que utilizam tecnologias de ponta no início da estação de monta e estratégias mais simples no final.
Assim, é possível aproveitar ao máximo o potencial genético dos melhores animais, ao mesmo tempo em que mantém a taxa de prenhez alta. Por exemplo, iniciar com a IATF para as vacas mais produtivas e seguir com monta natural para o restante do rebanho é algo comum.
O que você deve ter é clareza sobre os objetivos e deve monitorar os resultados, sempre ajustando as decisões a cada ciclo reprodutivo. Desse modo, a estação de monta se transforma em um momento de aprimoramento contínuo e ganho de produtividade.
O sucesso na combinação de estratégias está diretamente ligado à qualidade dos registros sobre prenhez precoce, peso à desmama, ganho médio diário e taxa de descarte. Com esses dados em mãos, fica mais fácil ajustar o plano reprodutivo para a próxima estação de monta, e priorizar os recursos para os lotes com maior potencial de retorno.
Para definir qual é a melhor estratégia de acasalamento para a estação de monta é fundamental entender as particularidades da propriedade, dos recursos existentes e das metas genéticas. Com o alinhamento do manejo, nutrição e tecnologia, você consegue criar condições para um rebanho mais uniforme, produtivo e lucrativo.
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