Rastreabilidade bovina: A chave para conquistar o mercado 

A rastreabilidade bovina é o processo de identificação, registro e acompanhamento de cada animal ao longo da sua vida produtiva, permitindo conhecer todo o seu histórico, desde o nascimento até o abate.  

Esse controle é feito por meio de tecnologias de identificação individual, como brincos numerados ou eletrônicos, e exige o registro contínuo de informações como movimentações, vacinações, tratamentos sanitários e eventos de abate. 

Mais do que identificar, rastrear é garantir a integridade e a confiabilidade dos dados ao longo do tempo, assegurando que cada evento relacionado ao animal possa ser comprovado. A rastreabilidade pode ser feita de forma individual ou por lote, dependendo das exigências do mercado-alvo, sendo a individual obrigatória para exportações mais rigorosas, como para a União Europeia. 

Na prática, implantar a rastreabilidade é um movimento estratégico: além de atender às exigências legais e comerciais, agrega valor ao rebanho, aumenta a transparência da produção e fortalece a segurança alimentar, pontos cada vez mais exigidos por consumidores, frigoríficos e investidores, assim como veremos a seguir. 

Afinal, qual a verdadeira importância da rastreabilidade bovina?  

A rastreabilidade bovina deixou de ser apenas uma exigência de nichos específicos e se tornou uma ferramenta estratégica para toda a cadeia produtiva da carne.  

Sua principal importância está em garantir a transparência e a segurança das informações ao longo da vida dos animais, permitindo comprovar a origem, a sanidade e o manejo responsável do rebanho. 

Com consumidores cada vez mais atentos à qualidade dos alimentos e às práticas sustentáveis, a rastreabilidade tornou-se um diferencial competitivo.  

Dessa forma, quem rastreia não apenas atende normas sanitárias, mas também agrega valor à produção, possibilita acesso a mercados exigentes, como União Europeia e China, e participa de programas de bonificação que pagam mais por animais com histórico comprovado. 

Além disso, a rastreabilidade é uma aliada na gestão de risco. Em situações de crise sanitária ou suspeita de doenças, ela permite rastrear rapidamente as origens, controlar focos e minimizar prejuízos. Também contribui para uma gestão mais profissional da fazenda, uma vez que organiza dados, facilita auditorias e dá suporte a decisões mais assertivas. 

De modo geral, a rastreabilidade não é apenas uma resposta às exigências do mercado: é uma ferramenta de proteção, valorização e crescimento sustentável para quem quer se manter competitivo na pecuária moderna. 

Conheça os principais protocolos de bonificação do mercado 

Dentro da cadeia da pecuária de corte, os protocolos de bonificação surgem como uma forma de reconhecer e premiar produtores que seguem padrões superiores de qualidade, sanidade, manejo e rastreabilidade. Eles são estruturados por frigoríficos, associações de raça ou governos, sempre com o objetivo de garantir um produto diferenciado ao mercado consumidor e, em troca, oferecer melhores remunerações ao produtor. 

Cada protocolo define requisitos específicos que os animais devem atender, como genética, idade, peso, raça, ausência de resíduos hormonais ou histórico sanitário comprovado.  

Assim, quando os bovinos cumprem essas exigências, o produtor é bonificado com valores adicionais sobre o preço base da arroba. 

Os principais protocolos de bonificação atualmente são: 

  • Sisbov (Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos) 

O Sisbov é o principal sistema oficial de rastreabilidade no Brasil, criado para atender exigências de exportação para mercados como a União Europeia. Animais rastreados no Sisbov têm histórico individual completo, com controle de origem, vacinação, movimentação e alimentação. A adesão a este protocolo habilita o produtor a acessar mercados que pagam mais pela garantia de rastreabilidade e sanidade. 

  • Protocolo de Estradiol (Fêmeas) 

Com a restrição do uso de hormônios anabolizantes em diversos mercados internacionais, surgiram protocolos específicos para certificar fêmeas não tratadas com estradiol. Para participar, o produtor precisa comprovar que suas fêmeas foram criadas e engordadas sem o uso desse hormônio, garantindo acesso a bonificações oferecidas principalmente por frigoríficos que exportam para países com legislação restritiva. 

  • Protocolo de Couro 

Embora menos conhecido, alguns frigoríficos oferecem bonificação para animais que apresentam couro de alta qualidade, especialmente aqueles destinados à indústria de luxo (automóveis, moda, calçados premium). Nesses casos, boas práticas de manejo, controle de parasitas e cuidado no transporte e no abate são fundamentais para evitar danos no couro e garantir a bonificação. 

  • Cota Hilton 

A Cota Hilton é um contingente tarifário oferecido pela União Europeia para importação de carne bovina de alta qualidade e valor.  

Para atender ao protocolo, os animais devem ter origem comprovada (via rastreabilidade), ser abatidos jovens e dentro de padrões específicos de alimentação e acabamento de carcaça.  

A carne exportada dentro da Cota Hilton atinge preços bastante superiores aos do mercado interno, e os produtores habilitados são remunerados proporcionalmente. 

  • Protocolos de Raças (Angus, Hereford, etc.) 

Raças britânicas como Angus e Hereford são valorizadas pelo mercado por características de qualidade de carne, como marmoreio, maciez e sabor.  

Frigoríficos e associações criaram protocolos que premiam bovinos puros ou cruzados que apresentem características fenotípicas específicas dessas raças.  

Além da genética, esses protocolos também exigem boas práticas de manejo, alimentação adequada e, muitas vezes, rastreabilidade certificada. 

  • Protocolo Angus 

O Protocolo Angus, em especial, é um dos mais estruturados e conhecidos. Para ser bonificado, o animal deve apresentar características visuais de Angus, ter peso, idade e acabamento dentro dos padrões exigidos e, em alguns casos, estar registrado em associações de criadores.  

A carne Angus certificada atende mercados premium e gera bonificações expressivas para o produtor. 

Esses protocolos mostram como o mercado valoriza não apenas a produção de carne em volume, mas sobretudo a produção com qualidade, transparência e responsabilidade. 

Segundo análise do ICAP, baseado nos valores de venda registrados pela base de clientes Ponta, as bonificações podem variar de R$ 5,00 a R$ 7,50 por arroba em relação ao preço balcão.  

Para o pecuarista, portanto, aderir a protocolos de bonificação é um caminho estratégico para agregar valor ao seu produto, acessar mercados mais lucrativos e fortalecer a gestão da propriedade. 

rastreabilidade bovina

O que é o Plano Nacional de Identificação de bovinos?   

O Plano Nacional de Identificação de Bovinos (PNIB) é uma ação necessária para modernizar e profissionalizar a pecuária brasileira, garantindo a conformidade com as normas internacionais e, ao mesmo tempo, oferecendo mais segurança e transparência em toda a cadeia produtiva da carne bovina.  

A proposta do PNIB é implementar uma identificação única para cada animal, seja por meio de brincos eletrônicos, microchips ou outras tecnologias, garantindo que os dados sobre a origem, movimentação, histórico sanitário e o destino do animal sejam facilmente acessíveis e seguros. Isso cria uma base de dados que permite o acompanhamento de cada bovino desde o nascimento até o abate, com registros detalhados e acessíveis para auditores, fiscalizações e certificadoras. 

Dessa forma, a rastreabilidade no Brasil será fundamental para garantir que o país continue sendo um dos maiores exportadores de carne do mundo, mantendo sua imagem de produtor de carne de qualidade e confiável.  

Além disso, a implementação do PNIB visa atender aos principais mercados internacionais, onde a rastreabilidade é uma exigência de segurança alimentar e sanidade pública. 

O PNIB será implementado de forma gradual. A partir de 2023, novos animais já devem ser identificados, e a rastreabilidade será expandida ao longo dos anos até alcançar todo o rebanho em 2032.  

>> Leia também: Como a segurança alimentar e a rastreabilidade animal estão conectados? 

Demanda X Exigência dos frigoríficos  

Sem dúvidas, a rastreabilidade é hoje um requisito indispensável para os frigoríficos que desejam se manter competitivos no setor de carne bovina, tanto no Brasil quanto no mercado internacional.  

Com a crescente exigência por segurança alimentar, transparência e sustentabilidade, frigoríficos que não adotarem sistemas robustos de rastreabilidade correm o risco de perder espaço para concorrentes mais preparados. 

É importante destacarmos que atender mercados rigorosos, como União Europeia, Japão e China, exige comprovar a origem dos animais, garantir a sanidade, documentar práticas de manejo e seguir protocolos ambientais e sanitários com precisão. No mercado interno, consumidores, grandes redes de supermercados e varejistas também aumentaram a pressão por informações claras sobre a qualidade e a procedência dos produtos. 

Certificações e sistemas como o Sisbov são exemplos de exigências que já fazem parte da rotina dos frigoríficos que buscam ampliar suas oportunidades comerciais.  

De modo que além de ser um passaporte para mercados internacionais, a rastreabilidade contribui para otimizar a logística de produção, reduzir falhas, evitar riscos sanitários e garantir entregas dentro dos padrões de qualidade exigidos. 

Assim, a rastreabilidade não é apenas uma exigência legal, é uma estratégia fundamental para o sucesso e a sustentabilidade da indústria frigorífica no cenário atual, conectando o produtor, o frigorífico e o consumidor em uma cadeia mais segura e eficiente. 

Como funciona a rastreabilidade bovina na prática? Certificadora e tecnologias  

A rastreabilidade no setor de carne bovina é estruturada a partir da combinação de processos de certificação e uso intensivo de tecnologia, garantindo que cada animal e seu produto final possam ser identificados e monitorados em todas as etapas da cadeia produtiva. 

Tudo começa com a certificadora, que é uma entidade independente e autorizada a verificar se toda a operação, desde o campo até o frigorífico, segue protocolos rigorosos de qualidade, segurança alimentar, sustentabilidade e bem-estar animal. 

As certificadoras realizam auditorias presenciais nas propriedades rurais, onde checam se os animais estão devidamente identificados, se há registros corretos de origem, alimentação, saúde e movimentação, e se todas as exigências sanitárias e ambientais estão sendo cumpridas.  

Após comprovar que as práticas adotadas são consistentes com os protocolos exigidos (como o Sisbov ou certificações de carne sustentável, livre de desmatamento, entre outros), a certificadora emite o certificado que comprova a conformidade da produção. 

Paralelamente a esse processo, a tecnologia desempenha um papel fundamental para dar agilidade, precisão e transparência à rastreabilidade.  

Desde o nascimento, os animais recebem uma identificação única, que pode ser feita por brincos eletrônicos, chips ou códigos QR. Todas as informações relevantes, como local de nascimento, vacinação, alimentação e movimentações, são registradas em sistemas digitais de gestão de rebanho e bancos de dados integrados. 

Esses sistemas permitem que os dados sejam atualizados em tempo real e fiquem disponíveis para consulta nas diferentes etapas: na fazenda, durante o transporte, na entrada dos frigoríficos e até o produto final.  

A integração com softwares de gestão empresarial (ERPs) dentro dos frigoríficos também assegura que o histórico completo do animal esteja disponível no momento do abate, o que é essencial para gerar relatórios confiáveis e atender rapidamente às exigências dos clientes e das autoridades reguladoras. 

Dessa maneira, certificadora e tecnologia atuam de forma complementar: enquanto a certificadora garante a conformidade formal e a credibilidade do processo, a tecnologia organiza e conecta todos os dados necessários para tornar a rastreabilidade prática, segura e auditável.  

Esse modelo não só atende às exigências de mercados internacionais como também fortalece a competitividade no mercado interno, onde a transparência e a responsabilidade socioambiental são cada vez mais valorizadas.  

>> No episódio #19 do Na Ponta da Língua, nós falamos mais sobre esse tema:  

Como faço para implantar a rastreabilidade no meu rebanho?  

Implementar a rastreabilidade bovina exige mais do que apenas registrar informações: é necessário um sistema eficiente que garanta segurança alimentar, organização e valorização do ativo biológico.  

É nesse ponto que a Rastreabilidade GA faz toda a diferença. Uma solução de ponta pensada para facilitar a gestão e o controle de todas as etapas relacionadas à documentação, sanidade e movimentação dos animais. 

A tecnologia envolvida na Rastreabilidade GA permite que a fazenda registre dados individuais de cada animal de forma segura e integrada. Desde a entrada até a saída do rebanho, toda a movimentação é monitorada com precisão, respeitando os protocolos exigidos para atender aos mercados mais exigentes, como o Sisbov, o Boi China, a Cota Hilton e o Estradiol. 

Esses registros alimentam automaticamente relatórios e análises que ajudam tanto na comprovação de conformidade quanto na tomada de decisão estratégica. 

Além de assegurar a aderência às normativas mais atuais dos órgãos reguladores, a Rastreabilidade GA organiza os processos internos da fazenda, sincroniza dados de maneira eficiente e oferece uma gestão profissional baseada em planejamento de atividades e metas de resultado. 

Reconhecida no mercado como a solução mais recomendada pelas certificadoras para fazendas ERAS (fazendas certificadas ambientalmente) e amplamente utilizada por pecuaristas e investidores que buscam valorizar e proteger o seu patrimônio. 

Outro diferencial é a capacidade de adaptação da tecnologia à rotina da propriedade, respeitando a cultura de gestão da fazenda. 

Com a implantação das boas práticas exigidas, o produtor acompanha em tempo real todo o histórico dos animais, garantindo a transparência e a confiabilidade exigidas tanto no mercado interno quanto nos mercados internacionais. 

Adotar a Rastreabilidade GA é investir em eficiência operacional, em dados confiáveis e em acesso a bonificações especiais na venda do gado de corte.  

É, portanto, uma estratégia que não apenas assegura a conformidade regulatória, mas também turbina a receita da fazenda, colocando o pecuarista em posição de destaque em um mercado cada vez mais exigente. 

Se você quer implementar um sistema de rastreabilidade seguro, eficiente e profissional, que atenda às exigências nacionais e internacionais com a mais alta tecnologia disponível, clique aqui e conheça mais sobre Rastreabilidade GA e como aumentar sua vantagem competitiva com controle e credibilidade no mercado.  

]