Período de seca e os desafios na pecuária: impactos e estratégias de adaptação  

O período de seca configura um dos maiores desafios para a pecuária brasileira, impactando diretamente a produção, a saúde dos animais e a sustentabilidade do sistema produtivo. Mesmo em um país tropical como o Brasil, longos intervalos sem chuvas, que geralmente ocorrem entre maio e novembro, reduzem significativamente a disponibilidade e a qualidade das pastagens, essenciais para a alimentação do gado. Além disso, a escassez de água para matar a sede dos animais gera preocupações constantes para o manejo diário dos rebanhos. 

Essas condições adversas resultam em queda no desempenho dos bovinos, aumento dos custos com suplementação e manejo, e podem comprometer a rentabilidade da atividade pecuária. Por isso, torna-se fundamental que os produtores adotem estratégias técnicas e tecnológicas para mitigar os efeitos da seca, preservando a produtividade mesmo diante das adversidades climáticas. 

Continue a leitura para saber quais estratégias práticas e tecnologias podem ajudar o produtor a atravessar o período de seca com eficiência, assegurando a saúde do rebanho, o uso racional dos recursos e a manutenção da produtividade e da rentabilidade ao longo do ano. 

Impacto nas pastagens e no gado no período de seca 

O período de seca afeta profundamente as pastagens utilizadas na pecuária brasileira, especialmente em regiões críticas como o Centro-Oeste, que frequentemente enfrentam longos intervalos sem chuvas entre maio e novembro. A falta de umidade reduz a capacidade do solo reter água, causando um rápido desgaste das plantas forrageiras que sustentam o gado. Como resultado, há uma nítida queda na produtividade e na qualidade da pastagem, diminuindo o volume e o valor nutricional do alimento disponível para os animais. 

Essa escassez alimentar tem impacto direto no desempenho dos bovinos. A diminuição na oferta e qualidade da forragem provoca queda no ganho de peso, redução da fertilidade e menor imunidade, tornando os animais mais suscetíveis a doenças. Além disso, a falta de água para dessedentação agrava o estresse hídrico, prejudicando ainda mais a saúde e a produtividade do rebanho. 

Para termos dimensão, dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) mostram que, em 2024, o Brasil enfrentou a seca mais extensa e intensa dos últimos 70 anos, com cerca de 60% do território nacional sob condições severas a extremas. Até agosto, 3.978 municípios apresentavam algum grau de seca, sendo 201 em condição extrema, afetando diretamente áreas agropecuárias e pastagens essenciais para a pecuária.  

Em algumas regiões, foram mais de 120 dias consecutivos sem chuva, o que deteriorou a qualidade das pastagens e elevou de forma significativa os custos com suplementação e manejo. 

Não há dúvidas de que a degradação das pastagens durante a seca eleva expressivamente os custos de produção, pois a menor disponibilidade de alimento obriga os produtores a recorrerem à suplementação, irrigação e um manejo mais criterioso da lotação animal, a fim de evitar danos ao solo e manter a sustentabilidade do sistema. 

No fim das contas, esses impactos se refletem nos indicadores produtivos e financeiros da atividade, comprometendo a rentabilidade.  

Por isso, é fundamental que o pecuarista adote estratégias de gestão e tecnologias que reduzam os efeitos negativos do período de seca, garantindo a continuidade e a eficiência da produção mesmo diante das adversidades climáticas. 

Manejo das pastagens durante o período de secas 

O manejo adequado das pastagens é essencial para garantir a oferta contínua de forragem de qualidade no período de seca, minimizando perdas produtivas e protegendo o solo contra a degradação. Durante a estiagem, a redução da umidade do solo prejudica o desenvolvimento e a recuperação das plantas forrageiras, o que exige ações antecipadas e planejadas para preservar as áreas de pastagem. 

Conforme especialistas no assunto, as práticas indicadas a seguir ajudam a dar maior resistência às plantas, manter a produtividade e assegurar alimento para o rebanho mesmo em condições adversas: 

  • Rotação de pastagens para evitar sobrepastejo e permitir recuperação das plantas. 
  • Controle da lotação animal, ajustando o número de cabeças à disponibilidade de forragem. 
  • Vedação e diferimento, reservando áreas nas águas para uso exclusivo na seca. 
  • Uso de espécies adaptadas, como Braquiária e Panicum tolerantes à estiagem. 
  • Adubação correta, fortalecendo raízes e melhorando retenção de umidade. 
  • Práticas conservacionistas para preservar o solo e a água. 
  • Monitoramento constante para ajustes rápidos no manejo. 

Essas práticas de manejo integradas contribuem para aumentar a resiliência das pastagens e a sustentabilidade da produção pecuária no período de seca, garantindo oferta alimentar e condições favoráveis para a produção animal, mesmo em condições climáticas adversas. 

 →  Leia também: Pastejo rotacionado e contínuo. Entenda as diferenças | Ponta Agro 

Sequestro de bovinos no período de seca: estratégia para preservação e produtividade 

O sequestro de bovinos é uma prática de manejo cada vez mais adotada durante o período de seca como forma de preservar os pastos, melhorar a saúde e a produtividade do rebanho, e garantir a sustentabilidade da atividade pecuária.  

Essa técnica consiste basicamente em separar e realocar os animais, sobretudo as vacas de cria e os bezerros recém-desmamados, para sistemas controlados e suplementados, reduzindo a pressão sobre as pastagens e assegurando a oferta nutricional adequada. 

Durante a seca, quando a disponibilidade e qualidade das pastagens caem drasticamente, o sequestro permite que as áreas naturais fiquem protegidas para se recuperarem, evitando o sobrepastejo e a degradação do solo.  

Para os animais, o manejo oferece dieta controlada, que pode incluir volumosos de qualidade como silagem, concentrados e suplementos minerais, mantendo a condição corporal e o desempenho reprodutivo mesmo em condições adversas. 

No caso dos bezerros, o sequestro precoce, com desmama entre quatro e cinco meses, tem se mostrado uma alternativa rentável para manter o ganho de peso mesmo com o campo seco. Ao serem confinados com dieta à base de volumosos de qualidade, os bezerros não perdem tempo no período crítico e chegam à recria em boa condição corporal, prontos para aproveitar as pastagens quando as chuvas retornam.  

Dessa forma, o sequestro é uma estratégia integrada que contribui tanto para a recuperação ambiental das áreas de pastagens quanto para a otimização do ciclo produtivo, minimizando perdas econômicas e aumentando a resiliência da pecuária frente aos ciclos de estiagem. Para produtores que enfrentam períodos prolongados de seca, essa técnica representa uma ferramenta indispensável para manter a sustentabilidade financeira e ambiental da propriedade. 

Que tecnologia usar para vencer o período de seca? 

Além do manejo, a tecnologia tem papel essencial na pecuária moderna. Ela permite decisões mais rápidas, controle de custos e maior previsibilidade, fatores que fazem toda a diferença quando a chuva falta. 

A Ponta Agro desenvolveu duas soluções específicas para enfrentar os desafios da seca, cada uma pensada para um cenário: pasto e confinamento. 

ECO GA: inteligência para a pecuária a pasto 

O ECO GA é uma plataforma que conecta dados, pessoas e processos da fazenda, funcionando tanto online quanto offline. 

Com ele, o produtor consegue: 

  • Monitorar diariamente a lotação e o manejo das pastagens. 
  • Ajustar a pressão de pastejo, evitando degradação do solo. 
  • Integrar a gestão da suplementação e da saúde animal. 
  • Adequar a dieta do rebanho conforme a qualidade e a disponibilidade da forragem. 

Na prática, o ECO GA garante maior eficiência no uso da pastagem, preserva os recursos naturais e mantém o gado saudável, mesmo em condições adversas. 

TGC: precisão dentro do cocho 

Para quem trabalha com confinamento, a solução está no TGC. Esse sistema foi desenvolvido para trazer máxima eficiência na nutrição e no manejo dentro do cocho. 

Com o TGC, o produtor pode: 

  • Controlar o planejamento das dietas até a distribuição diária. 
  • Padronizar o trato, evitando desperdícios. 
  • Monitorar indicadores de desempenho dos lotes. 
  • Ajustar rapidamente o manejo para garantir o melhor ganho médio diário. 

Dessa forma, cada quilo de alimento fornecido ao gado é transformado em resultado, reduzindo custos e aumentando a rentabilidade mesmo quando a seca obriga a maior dependência do cocho. 

Conclusão 

O período de seca é, sem dúvida, um dos maiores testes para a pecuária brasileira, trazendo impactos diretos na disponibilidade de pastagens, no bem-estar animal e na rentabilidade da atividade. No entanto, os desafios impostos pela estiagem não precisam se transformar em perdas irreversíveis. 

Com planejamento, manejo adequado e uso de tecnologias, o produtor pode não apenas reduzir os efeitos negativos da seca, mas também fortalecer sua operação para enfrentar futuras adversidades climáticas com mais resiliência. Estratégias como a rotação de pastagens, o sequestro de bovinos e o uso de ferramentas digitais permitem preservar recursos naturais, manter a saúde do rebanho e assegurar a continuidade da produção. 

Nesse contexto, soluções como o ECO GA, voltado para a gestão eficiente das pastagens, e o TGC, que garante precisão no cocho durante o confinamento, representam um salto de eficiência e sustentabilidade. Ao adotar tais tecnologias, o pecuarista transforma um período crítico em uma oportunidade de ganho de produtividade e de diferenciação no mercado. 

Assim, a seca deixa de ser apenas uma ameaça e passa a ser um momento estratégico de adaptação, inovação e fortalecimento da pecuária. 

Quer saber como tornar sua fazenda mais eficiente mesmo no período de seca? Conheça as soluções da Ponta e descubra como a tecnologia pode ajudar você a produzir mais, gastando menos e preservando seus recursos. 

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