Fatores que impactam o prolongamento do intervalo entre partos de bezerros
Por mais que a meta de obter um bezerro por vaca a cada ano possa parecer simples, a verdade é que muitos produtores têm dificuldades para alcançar esse objetivo. Um dos maiores desafios é o prolongamento do intervalo entre partos das vacas, que diminui a produtividade e afeta diretamente a rentabilidade do gado de corte.
Existem muitos fatores que interferem no ciclo reprodutivo das matrizes. Quando não são monitorados, eles prejudicam a taxa de prenhez e dificultam o planejamento das próximas estações de monta. Mas você sabe quais são esses fatores que afetam os partos de bezerros?
Neste artigo, a PONTA explicará tudo o que impacta no parto em bezerros e como o controle adequado, apoio por soluções tecnológicas, muda essa situação e tornam o rebanho mais produtivo. Vamos entender mais sobre? Acompanhe a leitura!
Por que o intervalo entre partos de bezerros é tão importante na pecuária de corte?
Os sistemas que têm estação de monta definida, por exemplo, o indicador de intervalo entre partos é um dos mais importantes. O ideal é que esse intervalo seja de 12 meses. A conta é simples: uma vaca precisa parir uma vez por ano para que a produção de bezerros se mantenha em um ritmo constante.
Porém, algumas situações atrapalham esse processo, como é o caso de longa ausência do cio, partos difíceis e doenças reprodutivas são alguns deles. Isso faz com que o intervalo ultrapasse os 13 ou 14 meses. O resultado? O ciclo de monta fica desorganizado, surgem quedas no número de nascimentos e prejuízos na venda de bezerros.
Se uma vaca pare em novembro de um ano e, devido ao intervalo prolongado, emprenha apenas em fevereiro do ano seguinte, ela estará atrasada mais uma vez na estação de monta seguinte. Para o produtor, isso é algo bem negativo, porque gera o acúmulo de perdas e dificulta o manejo em grupo.
Muitos pecuaristas tentam resolver esse problema prolongando a estação de monta ou alternando as datas de início e fim. Por mais que isso possa mascarar temporariamente os números, o problema real continua existindo, o que prejudica os resultados no médio e longo prazo.
É por conta de tudo isso que o parto de bezerros deve ser encarado como um indicador estratégico. E para reduzi-lo é necessário entender o que está por trás do seu prolongamento.
Fatores que prolongam o intervalo entre partos de bezerros
Agora, vamos entender quais são os pontos que impactam no intervalo entre partos. Veja abaixo:
1. Má nutrição
A base para uma boa reprodução começa com a nutrição. As matrizes com composição corporal abaixo do ideal tem maior incidência de anestro pós-parto, pois o organismo prioriza a recuperação e a manutenção da vida em vez da reprodução.
Por exemplo, dietas pobres em energia prejudicam o retorno ao cio e reduzem a taxa de ovulação. Além disso, o manejo nutricional precisa considerar as fases críticas da matriz: pré-parto, pós-parto e período de cobertura.
A suplementação estratégica, principalmente no final da seca e início das chuvas, pode fazer toda a diferença na preparação para a estação de monta.
2. Saúde reprodutiva e transtornos puerperais
As doenças como metrite, retenção de placenta, endometrite e outras infecções uterinas interferem na saúde do útero e no retorno da atividade cíclica. Quando a matriz enfrenta um puerpério problemático, o risco de prolongamento do anestro é alto.
Além disso, partos difíceis, abortos ou perdas embrionárias precoces afetam a taxa de prenhez e aumentam o tempo necessário para uma nova concepção.
É fundamental que o produtor conte com um bom protocolo sanitário, com controle de doenças venéreas, vacinação e acompanhamento veterinário nos primeiros dias pós-parto. A prevenção é sempre mais eficiente e mais barata do que o tratamento de doenças já existentes.
3. Manejo reprodutivo ineficiente
A condução da estação de monta também é determinante. As falhas na detecção de cio, baixa capacitação da equipe, touros mal avaliados e protocolos de IATF (Inseminação Artificial em Tempo Fixo) mal aplicados diminuem a taxa de concepção.
Além disso, quando o produtor tenta uma nova reprodução da vaca logo após o parto, sem respeitar o tempo de recuperação do útero e do restante do organismo, as chances de uma nova gestação diminuem bastante. Esse erro faz com que várias tentativas sejam frustradas e o planejamento da estação de monta saia do controle.
Para evitar isso, realize diagnósticos precoces de gestação, acompanhe a repetição de cios e rastreie eventos reprodutivos em tempo real a fim de identificar falhas e ajustar o manejo a tempo de evitar perdas.
4. Estresse ambiental e condições de manejo
O estresse, seja por calor, manejo agressivo, transporte inadequado ou superlotação, interfere nos hormônios reprodutivos e pode atrasar o retorno ao cio.
Os bezerros que permanecem o tempo todo com a vaca inibem, por estímulo hormonal, o retorno da atividade ovariana. Em alguns sistemas, o desmame temporário ajuda na retomada mais rápida do ciclo reprodutivo da matriz.
É importante que o ambiente ajude no bem-estar dos animais. Nesse sentido, sombra, água limpa, alimentação e manejo calmo são fatores que auxiliam a manter o equilíbrio hormonal e fisiológico das vacas.
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5. Fatores genéticos e fisiológicos
Algumas raças apresentam maior precocidade sexual e menor tempo de anestro pós-parto. Outras, principalmente as de origem zebuína, podem ter maior sensibilidade a estresses ambientais e variações hormonais.
Além disso, vacas que tiveram partos múltiplos, foram submetidas a cesáreas ou apresentaram baixa performance reprodutiva em ciclos anteriores tendem a repetir esse padrão, o que exige uma seleção criteriosa por parte do produtor.
Assim, avaliar o histórico reprodutivo, selecionar fêmeas férteis e touros com boa fertilidade e usar informações de DEP (Diferença Esperada na Progênie) são estratégias que contribuem para a redução do intervalo entre partos de bezerros no médio prazo.
A importância da monitoria e do planejamento
O ato de reduzir o intervalo entre partos de bezerros não é resultado de uma única ação, mas de várias práticas bem planejadas e constantemente monitoradas.
Desse modo, planejar a estação de monta com antecedência, manter registros precisos dos partos e coberturas, realizar exames de diagnóstico reprodutivo com frequência e categorizar os lotes por status fisiológico são medidas que tornam a gestão do rebanho mais inteligente.
Além disso, contar com soluções tecnológicas que centralizam as informações do rebanho, automatizadas, que auxiliam no planejamento das ações, facilita muito o dia a dia do produtor, ainda mais em sistemas com grande número de animais.
Conforme vimos, o parto de bezerros é um dos principais indicadores da eficiência reprodutiva na pecuária. Quando o intervalo entre partos está prolongado, os impactos são diretos na rentabilidade, no planejamento da fazenda e na sustentabilidade da produção.
É fundamental controlar esse índice relacionado aos partos de bezerros, e para isso deve-se ficar de olho na nutrição, sanidade, manejo e genética dos animais. A boa notícia é que, com planejamento, acompanhamento e tecnologia, é possível reduzir esse intervalo e aumentar o número de bezerros por vaca a cada ano.
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