Genética no gado de corte: como fazer uma boa seleção?

Selecionar quais animais permanecerão no rebanho é uma das decisões mais importantes de um criador. Essa escolha influencia não apenas a produtividade imediata da fazenda, mas também o potencial genético e econômico das próximas gerações.

Com o avanço das tecnologias de coleta de dados e análises genéticas, os criadores podem transformar informações em decisões precisas, com base em dados de  pesos, taxas de crescimento, fertilidade, precocidade reprodutiva, conversão alimentar e outros indicadores econômicos. Um processo estruturado garante que cada animal selecionado contribua de forma significativa para o desempenho do rebanho, transmitindo genes superiores e aumentando a eficiência econômica da propriedade.

Ao longo do conteúdo, você vai entender como transformar dados em decisões e escolher, com segurança, os animais que elevam a produtividade, a eficiência e o retorno do seu rebanho.

O ponto de partida: objetivos e critérios para seleção no gado de corte

Antes de qualquer decisão de seleção, é essencial ter clareza sobre dois elementos fundamentais: os objetivos do criatório e os critérios que serão usados para avaliar os animais. Sem essa definição, a escolha de reprodutores se torna subjetiva e o progresso genético do rebanho pode ser comprometido.

Os objetivos indicam o que tem valor para o rebanho e para a propriedade. Na pecuária de corte, eles normalmente envolvem:

  • Maximizar o ganho de peso diário: Animais que crescem mais rápido reduzem o tempo até o abate, otimizando o ciclo produtivo.
  • Aumentar a precocidade de abate e acabamento[: Selecionar para qualidade de carcaça, atendendo demandas do mercado frigorífico.
  • Garantir rusticidade e adaptabilidade: Resistência a endo e ectoparasitos, doenças e condições climáticas locais, essencial para sistemas extensivos no Brasil.
  • Melhorar a eficiência alimentar: Foco em animais que otimizam o uso doalimento em ganho de peso, cortando custos com alimentação em até 20-30%.
  • Elevar a lucratividade a longo prazo: Priorizar índices econômicos que equilibrem custos e receitas das progênies.

Definir esses objetivos permite que o criador priorize os resultados que realmente importam para o negócio. Por exemplo, se a meta é Eficiência Alimentar, não basta escolher animais que apenas crescem rápido; é preciso considerar quanto alimento cada animal consome para atingir aquele ganho de peso.

De modo que ter objetivos claros sem critérios mensuráveis ou critérios precisos sem objetivos definidos não garante resultados. O alinhamento entre os dois é o que permite transformar dados em decisões estratégicas, assegurando que cada animal selecionado contribua de maneira concreta para a produtividade, eficiência e lucratividade do rebanho.

Com o tempo, os critérios usados na seleção de reprodutores e matrizes evoluíram expressivamente. Tradicionalmente  o processo se baseava quase exclusivamente no olhar do criador, avaliando características visuais como conformação, musculatura e tamanho corporal. Embora essas observações ainda sejam úteis, elas não refletem com precisão o mérito genético ou a eficiência econômica do animal.

Quatro pilares para critérios de seleção do gado de corte

  • Relação direta com os objetivos do rebanho: Os critérios devem medir exatamente o que o criador deseja alcançar. Por exemplo, se o objetivo é Eficiência Alimentar, escolher animais apenas pelo ganho de peso sem considerar quanto alimento consomem compromete a seleção. Neste cenário, a realização de provas de eficiência alimentar intra-rebanho é fundamental.
  • Métricas robustas e confiáveis: Decisões só podem ser tão boas quanto os dados que as sustentam. É essencial que as métricas utilizadas sejam consistentes e corretamente interpretadas.
  • Investimento em coleta e gestão de dados: Para gerar informações confiáveis, é necessário registrar dados de forma sistemática e organizada, como pesagens, consumo e histórico de desempenho.
  • Discriminação baseada no mérito genético: Critérios precisos devem identificar animais com melhores potenciais, mesmo quando o ambiente favorece performances semelhantes dentro do lote.

Por que esses pilares são importantes?

Esses quatro pilares garantem que a seleção seja eficiente, objetiva e orientada para resultados reais. Eles permitem que o criador não apenas escolha os melhores animais da fazenda, mas também construa um rebanho que combine produtividade, eficiência e sustentabilidade.

Além disso, seguir esses pilares prepara o terreno para a utilização de ferramentas modernas, como a Diferença Esperada na Progênie (DEP) e sistemas de monitoramento individual, que levam a seleção a um nível de precisão impossível de alcançar apenas pelo olhar ou experiência.

A Ferramenta chave para seleção no gado de corte: Diferença Esperada na Progênie (DEP)

A DEP é uma estimativa do mérito genético de um animal para características específicas, como ganho de peso diário, Consumo Alimentar Residual ou peso ao desmame. Ela mostra quanto a prole de um reprodutor tende a se diferenciar da média do rebanho para aquela característica, permitindo comparar animais de forma objetiva.

Sem essa métrica, a seleção depende apenas do desempenho observado, que é influenciado por fatores como manejo e ambiente. Dois animais podem apresentar resultados semelhantes, mas somente aquele com melhor mérito genético transmitirá progresso real à próxima geração.

Os criadores recebem essas informações por meio de sumários genéticos elaborados por programas de melhoramento, que consolidam dados de desempenho e transformam informações complexas em comparações confiáveis entre animais.

Em resumo, a DEP é o ponto de conexão entre os dados coletados na fazenda e a seleção estratégica de reprodutores. Ela permite que o criador selecione animais com potencial comprovado, tornando o processo de melhoramento genético mais eficiente e previsível.

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Intergado Efficiency: medindo Eficiência Alimentar com precisão

Dentro do melhoramento genético, a Eficiência Alimentar é uma das avaliações mais importantes para a pecuária de corte moderna.

Produzir mais gastando menos alimento significa reduzir custos, aumentar a lucratividade e construir um rebanho mais sustentável. Medir essa característica individualmente, porém, sempre foi um desafio, já que exige controle rigoroso de consumo e ganho de peso de cada animal.

Para tornar essa avaliação prática, confiável e acessível, a Ponta desenvolveu o Intergado Efficiency, uma solução tecnológica inovadora que transforma a seleção genética ao proporcionar uma plataforma completa de monitoramento individual de Eficiência Alimentar, composta por equipamentos de alta precisão e softwares avançados que registram de forma automática o consumo de alimento e o ganho de peso corporal dos animais, com processamento diário dos dados.

Desse modo, a tecnologia permite que o criador acompanhe, em tempo real, o desempenho de cada animal, oferecendo informações detalhadas e confiáveis para a tomada de decisão genética. Os dados, ao final da prova, ainda são enviados para os programas de melhoramento genético, conforme autorização do criador, e fortalecem as avaliações genéticas.

O Intergado Efficiency tem como objetivo principal facilitar e tornar mais precisa a seleção de animais eficientes, permitindo:

  • Avaliar lote a lote dentro da própria fazenda por meio de provas intra-rebanho, sem a necessidade de deslocamento.
  • Monitorar diariamente o desempenho e o comportamento individual de cada animal, identificando como eles respondem à nutrição e evoluem em ganho de peso.
  • Reduzir o tempo de provas de Eficiência Alimentar e a necessidade de intervenção humana, aumentando a confiabilidade e a consistência dos dados.
  • Participar de provas coletivas em centros de alta performance, comparando animais de diferentes criadores sob condições padronizadas, promovendo benchmarking e parcerias.

Com essas informações, o criador terá acesso a métricas como Consumo Alimentar Residual (CAR), Ganho de Peso Residual (GR)e Conversão Alimentar (CA). Os programas de melhoramento irão então, com base nesses dados,gerar DEPs de Eficiência Alimentar, com alta confiabilidade, permitindo selecionar animais mais produtivos e eficientes, um avanço expressivo para o rebanho.

Componentes do Intergado Efficiency

A tecnologia combina equipamentos e softwares integrados, garantindo praticidade, precisão e confiabilidade:

  • Cocho eletrônico – registra individualmente o consumo de alimento de cada animal de forma automática e contínua.
  • Balança de pesagem voluntária – permite pesar os animais várias vezes ao dia, sem estresse, acompanhando o ganho de peso real de cada indivíduo.
  • Software de gestão e análise – centraliza todos os dados coletados, calcula métricas de eficiência e gera relatórios detalhados para a tomada de decisão.
  • Suporte técnico especializado – auxilia criadores, técnicos e pesquisadores na instalação, operação e interpretação dos dados, tornando a tecnologia acessível a qualquer fazenda.

Benefícios para o criador

Com o Intergado Efficiency, o criador consegue transformar informações complexas em decisões práticas e estratégicas. Ele permite selecionar os animais mais eficientes, aumentar a produtividade, reduzir custos de alimentação e construir um rebanho geneticamente superior de forma consistente.

Além disso, a tecnologia democratiza o acesso a avaliações de Eficiência Alimentar, antes restritas a centros de performance e pesquisa, levando precisão e inovação diretamente à fazenda.

Em resumo, o Intergado Efficiency representa um verdadeiro salto na pecuária de precisão de corte, integrando tecnologia, dados confiáveis e suporte técnico para que o criador produza mais com menos e selecione com segurança, transformando a Eficiência Alimentar em um diferencial competitivo real.

Conclusão

A seleção para gado de corte sempre foi um processo estratégico, mas nunca houve tanto espaço para decisões realmente precisas. Quando o criador define objetivos claros e trabalha com informações consistentes, cada escolha deixa de ser tentativa e passa a ser direção: o rebanho evolui de forma contínua e mensurável.

As DEPs cumprem esse papel ao traduzir mérito genético em números comparáveis, mostrando quais animais têm maior capacidade de transmitir produtividade e eficiência. Mas é com dados de Eficiência Alimentar que essa análise ganha profundidade prática: medir quanto cada animal consome e quanto ele ganha de peso torna visível o impacto econômico real de cada indivíduo.

É aqui que o Intergado Efficiency muda o jogo. Ele coleta dados confiáveis de consumo e desempenho, entrega métricas que o olho não vê e permite selecionar reprodutores que produzem mais gastando menos. A definição de objetivos claros pautados em critérios de seleção que se baseiam em avaliações genéticas e fenotípicas para características de impacto econômico, como a Eficiência Alimentar, cria um processo de seleção mais seguro, lucrativo e alinhado às exigências da pecuária moderna.

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