Exportação de carne: cenário atual e os principais desafios da pecuária brasileira
A exportação de carne bovina brasileira deve ultrapassar 3,24 milhões de toneladas em 2025, o que coloca o Brasil como líder absoluto no mercado global. Esse crescimento de 12% em relação a 2024 é sustentado por uma demanda internacional em alta, com destaque para países da Ásia, América do Sul e Oriente Médio. Porém, por mais que os resultados sejam positivos, a atual situação está longe de ser simples.
As exigências cada vez mais específicas, a sanidade do rebanho, os custos logísticos e a competitividade internacional impõem um novo nível às fazendas e confinamentos. Outro ponto é que a inflação da carne no mercado interno é um reflexo direto do atual cenário das exportações, afetando toda a cadeia.
Neste artigo, a PONTA explicará quais são os principais desafios enfrentados pela pecuária brasileira relacionados a essa situação externa e mostrará como essas pressões chegam até a rotina da fazenda. Vamos entender melhor? Continue a leitura!
Principais desafios da exportação de carne bovina brasileira
Mesmo que haja um crescimento de volume exportado, existem entraves para manter a carne brasileira competitiva. Veja abaixo os principais fatores que exigem atenção dos produtores na exportação de carne.
1. Sanidade e certificação
Cada vez mais há a pressão por rastreabilidade, controle sanitário e comprovação de origem. Alguns mercados como União Europeia e China exigem rebanhos certificados, com protocolos sanitários rígidos e livre de qualquer doença, como febre aftosa, e sem vacinação.
Na prática, isso exige mais controle nas fazendas, ou seja, impor calendário sanitário bem definido, lotes documentados, análises periódicas e manejo com foco em bem-estar animal.
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2. Tarifas e barreiras comerciais
Em 2025, os Estados Unidos anunciaram mudanças na estrutura tarifária que afetam diretamente a exportação de carne bovina brasileira. Embora algumas barreiras tenham sido retiradas, ainda há pressão comercial por toda a cadeia produtiva.
No mês de novembro, o país liderado por Donald Trump retirou a tarifa básica de 10% sobre a carne bovina brasileira. Essa medida foi comemorada pela ABIEC como um passo importante para restabelecer a previsibilidade nas negociações com o segundo maior mercado de carne do país.
Mas vale lembrar que a sobretaxa de 40% imposta por razões políticas foi mantida. Isso continua limitando o crescimento das exportações para os EUA.
3. Logística e infraestrutura
Rodovias precárias, distância até os portos, custo com transporte frigorificado e baixa disponibilidade de câmaras frias prejudicam diretamente o preço final da carne.
Em regiões distantes dos portos, o custo logístico representa uma fatia relevante do custo da arroba produzida. Isso exige que a fazenda otimize cada etapa da operação: desde o número de dias de cocho até o consumo por cabeça. Sem controle de dados, o risco de perder margem é alto.
Como isso afeta o dia a dia da fazenda?
A fazenda sente, na prática, os efeitos das decisões tomadas nas exportações e nos gabinetes dos países compradores. E isso muda o jogo na gestão da operação.
Ao olhar os números, é fácil perceber o reflexo: se o custo alimentar sobe, a conta da arroba produzida estoura. Se o número de dias de cocho aumenta além do previsto, a conversão alimentar vai embora. E se o GMD cai, todo o planejamento de saída dos lotes fica comprometido.
Nesse ambiente volátil, a única saída é ter dados confiáveis na mão. Com eles, o produtor sabe exatamente onde está perdendo e onde tem espaço para ajustar. O mercado exige velocidade e adaptação, e isso começa com controle.
A competitividade, hoje, é decidida na precisão da gestão. E quem não acompanha os indicadores certos acaba tomando decisões no escuro.
Conforme vimos, a exportação de carne segue forte, abrindo oportunidades em diversos mercados e mantendo o Brasil no topo global. Mas não existe crescimento sem pressão. As tarifas, exigências sanitárias, logística pesada e inflação interna estão exigindo uma gestão mais técnica e baseada em números.
Quem não acompanha seus indicadores de perto, como custo de arroba, GMD, consumo, dias de cocho, entre outros, tende a perder espaço.
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