Eficiência Alimentar: Como produzir mais com menos
Na pecuária de corte, na qual o maior custo da produção é cm a alimentação que chega a corresponder a 89%, a margem apertada é regra. O preço da arroba oscila, o custo dos insumos varia a cada safra, enquanto a pressão para produzir mais em menos tempo só aumenta. Nesse cenário, ignorar a Eficiência Alimentar é abrir mão de lucro.
A Eficiência Alimentar mede a capacidade do animal de transformar alimento em peso vivo. Um boi que consome menos e ganha mais peso gera lucro real: reduz o custo por arroba produzida, libera espaço no cocho e acelera o giro de capital.
Abaixo, vamos explicar o que é Eficiência Alimentar, como ela é medida nas fazendas e como a tecnologia já permite acelerar esse processo.
O que é Eficiência Alimentar na Pecuária?
A Eficiência Alimentar (EA) é um conceito fundamental na pecuária de corte, pois mede a relação entre o que um animal consome em termos de alimento e o quanto ele produz, seja em termos de peso ganho, carne ou outros produtos. De forma simples, a Eficiência Alimentar avalia o quanto um animal é capaz de converter a ração ingerida em desempenho de maneira eficaz.
Em termos práticos, isso significa que um animal que consome menos alimento para ganhar o mesmo peso é mais eficiente, pois gera um retorno maior para o pecuarista em comparação com um animal que consome mais alimento para atingir o mesmo resultado, essa característica genética é a chave para melhorar o desempenho do rebanho e reduzir os custos com alimentação, o maior item de despesa na pecuária de corte.
Portanto, de modo geral, melhorar a Eficiência Alimentar de um rebanho resulta diretamente em redução de custos e aumento da rentabilidade, uma vez que animais mais eficientes consomem menos ração para atingir os mesmos objetivos produtivos, o que implica em uma operação mais lucrativa e sustentável.
Entenda a relação entre DEP, DEPCAR e Eficiência Alimentar no melhoramento genético
Antes de nos aprofundarmos na Eficiência Alimentar e suas vantagens, é preciso entendermos dois conceitos que estão diretamente ligados com esse tema: DEP e mais precisamente, a DEPCAR. Vamos lá?
A Diferença Esperada na Progênie (DEP) é uma métrica que estima o potencial genético de um animal, indicando como seus descendentes devem se comportar em características específicas, como ganho de peso, fertilidade, qualidade de carcaça e também consumo alimentar.
Através das DEPs, a seleção de reprodutores e matrizes na pecuária de corte ficou muito mais precisa, permitindo que o produtor direcione acasalamentos e faça o melhoramento do rebanho com dados concretos, e não apenas com observações visuais ou históricas.
Dentro das características avaliadas pela DEP, uma delas se destaca quando falamos de Eficiência Alimentar: a DEPCAR (Diferença Esperada na Progênie para Consumo Alimentar Residual) que mede o quanto um animal consome em comparação ao que seria esperado para seu nível de produção.
Assim, animais com DEPCAR baixa consomem menos alimento para atingir o mesmo desempenho produtivo, o que os torna mais eficientes. Já animais com DEPCAR alta demandam mais alimento para o mesmo resultado, representando menor eficiência.
A estimativa precisa da DEPCAR só é possível graças ao avanço das tecnologias de monitoramento, como cochos eletrônicos que registram individualmente o consumo alimentar e balanças automáticas que medem o ganho de peso. Pois, são esses os dados tratados nos programas de avaliação genética, e que fornecem informações confiáveis para o processo de seleção, como veremos mais adiante.
Aqui você encontra mais explicações sobre o conceito de DEP: Entenda o conceito de DEP e as características de progênie
E como é medida essa Eficiência Alimentar na pecuária de corte?
Para avaliar a Eficiência Alimentar dos animais, realizam-se provas específicas em que o consumo individual de alimento e o ganho de peso são monitorados de forma rigorosa.
Nessas provas, os animais participantes são agrupados com base em características fisiológicas semelhantes, como raça, idade, sexo e histórico nutricional, e são mantidos sob as mesmas condições ambientais. O objetivo é garantir que diferenças nos resultados se devem apenas à genética de cada animal, e não a fatores externos.
Durante todo o período de avaliação, o fornecimento de ração é controlado, as pesagens dos animais são realizadas frequentemente e os registros de consumo são feitos diariamente. O tempo de prova sem o uso de tecnologia automatizada de coleta de dados costuma variar entre 70 e 90 dias, justamente para reduzir a influência das variações diárias de consumo e garantir maior estabilidade nos dados.
Contudo, com a adoção de cochos eletrônicos e de balanças de pesagem voluntária é possível reduzir o tempo de prova para 42 dias com segurança, pois essas tecnologias permitem medir cada animal diariamente de forma constante e precisa.
Após a coleta de 42 dias de dados válidos, é feito o fechamento da prova com a análise das informações de consumo e desempenho de cada animal participante da prova. A partir dos resultados, a tecnologia ranqueia os animais e disponibiliza os dados da prova para os programas de melhoramento genético.
A condução dessas provas segue rigorosos protocolos técnicos estabelecidos por entidades especializadas.
No Brasil, um dos principais referenciais é o Manual de Procedimentos para Mensuração do Consumo Individual de Alimento em Bovinos de Corte (2020), elaborado por uma rede de especialistas que inclui ANCP (Associação Nacional de Criadores e Pesquisadores), Intergado, Programa Embrapa Geneplus e ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu). Internacionalmente, também se destacam os protocolos da Beef Improvement Federation (BIF), nos Estados Unidos, e do Department of Primary Industries (NSW), na Austrália.
Independentemente do manual adotado, o foco principal é garantir a padronização do ambiente de teste e a coleta de dados confiáveis e de alta qualidade, permitindo avaliar com precisão a real Eficiência Alimentar de cada animal.
Desse modo, apenas com dados confiáveis de consumo e ganho de peso, obtidos em ambientes controlados, é possível calcular a DEPCAR de forma segura e, assim, utilizá-la como critério de seleção genética.
A importância dos fenótipos na era genômica
As avaliações genômicas têm impulsionado os programas de melhoramento, permitindo a seleção de indivíduos jovens mesmo antes de manifestarem as características, trazendo acima de tudo, celeridade.
No entanto, à medida que o processo de seleção avança, ocorre uma diminuição gradual da acurácia preditiva dos valores genéticos, uma vez que há uma alteração das frequências alélicas nos genes que influenciam as características alvo. Em outras palavras, perde-se a referência para se associar resultado real (fenótipo) com a genética dos indivíduos, tornando o modelo inicial cada vez menos acurado.
Manter um registro contínuo de fenótipos é, portanto, essencial para reajustar os modelos de predição, corrigir possíveis desvios e incorporar mudanças nas características de interesse ao longo do tempo. Além disso, os fenótipos são a base para a constatação das previsões genômicas, garantindo que as seleções continuem a atender aos objetivos do programa de melhoramento.
Portanto, devemos nos comprometer com as avaliações fenotípicas, principalmente para características poligênicas de alto impacto econômico, tal qual a Eficiência Alimentar.
Essa abordagem integrada, combinando informações genômicas e fenotípicas, fortalecerá os esforços em direção a rebanhos de bovinos de corte cada vez mais produtivos, eficientes e adaptados às demandas da indústria e do mercado.
>> Já conhece o Catálogo Ponteiros da Eficiência? No Catálogo, apresentamos os animais eficientes ranqueados por DEPCAR, destacando os que passaram por prova de eficiência (avaliação fenotípica). Você pode conferir na íntegra clicando aqui.
>> Veja também: Melhoramento animal com consultas públicas
Intergado Efficiency: A solução que facilita a seleção
Para tornar as provas de avaliação alimentar mais acessíveis e precisas, a Ponta desenvolveu o Intergado Efficiency: uma solução inovadora que automatiza a coleta de dados, reduz o tempo de provas e oferece informações individualizadas sobre o desempenho dos animais, com alto nível de confiabilidade. Entenda mais abaixo!
- Provas intra-rebanho: Avaliando a safra dentro da sua fazenda
As provas intra-rebanho, facilitadas pelo Intergado Efficiency, permitem que o próprio criador avalie a Eficiência Alimentar dos seus animais diretamente na fazenda.
A solução que envolve pesagem voluntária com alta precisão monitora diariamente o desempenho real e o comportamento animal, identificando a resposta à nutrição e a evolução do ganho de peso de cada individual.
Com isso, o produtor pode testar toda a sua safra de machos e fêmeas, acompanhar a progressão dos dados diariamente, otimizando o calendário da fazenda e tomando decisões muito mais certeiras para o melhoramento genético do rebanho.
- Provas coletivas: Avaliação em centros de alta performance
Outra alternativa é a participação em provas coletivas, realizadas em centros de performance reconhecidos, como Embrapa Geneplus, Embrapa Pecuária Sul, FAZU, PMGZ e Integral Mix. Nestes locais, animais de diferentes criadores são avaliados sob as mesmas condições, garantindo padronização e comparabilidade de resultados.
Essa modalidade, além de facilitar o acesso à tecnologia para quem ainda não dispõe de estrutura própria, também promove networking e parceria entre criadores, contribuindo para o avanço genético da pecuária nacional.
Intergado Efficiency: Eficiência Alimentar ao alcance do pecuarista
O Intergado Efficiency é uma solução prática e de alta precisão, que integra equipamentos com softwares avançados, permitindo o acompanhamento detalhado e seguros dos dados produtivos e comportamentais.
Sua interface intuitiva e suporte técnico especializado, tornam a tecnologia acessível para técnicos, produtores e pesquisadores, democratizando o acesso às avaliações de Eficiência Alimentar, representando um verdadeiro salto de produtividade, sustentabilidade e rentabilidade para a pecuária brasileira.
>>Abaixo, você confere um pouco mais sobre essa tecnologia da Ponta:
Eficiência Alimentar: transformando conhecimento em resultado
Como vimos ao longo deste conteúdo, a Eficiência Alimentar é uma peça central para o sucesso da pecuária moderna, pois, melhorar essa característica genética significa produzir mais arrobas gastando menos alimento, reduzindo custos e aumentando a rentabilidade, um objetivo cada vez mais importante em um mercado de margens apertadas e alta competitividade.
Entendemos que a eficiência depende de fatores genéticos, representados por índices como a DEPCAR, mas também de um processo rigoroso de avaliação dos animais em condições controladas e que medir com precisão o quanto cada animal consome e quanto peso ele ganha é fundamental para selecionar os melhores reprodutores e construir um rebanho mais lucrativo e sustentável.
Vimos também que a tecnologia está cada vez mais acessível e que o progresso genético dessa característica depende de avaliarmos o maior número de fenótipos dentro da fazenda, assim como também, de ampliarmos o número de fazendas que realizam essa seleção.
E é justamente para auxiliar o produtor que existe o Intergado Efficiency.
Com soluções automatizadas de coleta de dados, como o cocho eletrônico e a balança de pesagem voluntária, o Intergado Efficiency traz mais precisão, reduz o tempo de prova, diminui a necessidade de intervenção humana e assegura a qualidade dos dados.
Tudo isso de forma prática, integrada e com suporte técnico para garantir que as provas de Eficiência Alimentar entreguem resultados confiáveis e aplicáveis ao melhoramento genético.
Se você quer transformar a Eficiência Alimentar do seu rebanho de maneira consistente e segura, conheça o Intergado Efficiency e comece a produzir mais com menos ao selecionar melhor, ganhando eficiência de verdade.