Confinamento: custos da alimentação sobem na região Centro-Oeste em outubro

De acordo com a Ponta Agro, responsável pelo cálculo do ICAP, o mercado sinaliza fim do ciclo de queda dos custos nutricionais em 2025

Em outubro de 2025, o Índice de Custo Alimentar Ponta (ICAP) apresentou comportamento distinto entre as duas principais regiões com confinamentos do País. No Centro-Oeste, o ICAP foi de R$ 12,87, representando um aumento de 1,74% em relação a setembro/25, enquanto no Sudeste o índice foi de R$ 12,17, mantendo-se praticamente estável.

De acordo com a Ponta Agro, responsável pelo cálculo do ICAP, o mercado sinaliza fim do ciclo de queda dos custos nutricionais em 2025 nos confinamentos, fruto da safra recorde de grãos no país, e já apresenta leve inflexão positiva no Centro-Oeste, antecipando uma janela de alta nos preços dos insumos para os próximos meses.

“O “piso” da nutrição ficou para trás: o produtor que estiver estocado e fizer bom uso desse estoque conseguirá segurar a elevação dos custos até a próxima safra”, destaca o comunicado à imprensa.

No Centro-Oeste, a elevação do ICAP foi puxada pelos alimentos energéticos, proteicos e volumosos que compõem as dietas, com altas de 1,78%, 7,62% e 7,25%, respectivamente, em relação ao mês anterior.

“O custo da dieta de terminação, a mais cara do ciclo produtivo, fechou em R$ 1.100,30 por tonelada de matéria seca, aumento de 2,89%. Os insumos que mais contribuíram para a elevação dos custos foram: caroço de algodão (6,59%), silagem de milho (3,13%), farelo de soja (2,81%), torta de algodão (2,51%) e milho grão seco (2,46%)”, informa a Ponta Agro.

No Sudeste, a estabilidade do ICAP é explicada pela compensação entre altas e quedas dentro da dieta. O aumento dos insumos energéticos (+3,59%) e proteicos (+5,73%) em relação ao mês anterior foi contido pela forte queda nos insumos volumosos (-14,85%).

“A dieta de terminação em outubro custou R$ 1.144,37 por tonelada de matéria seca, um acréscimo de apenas 1,22% no comparativo mensal. Os destaques de alta foram o sorgo grão seco (+2,78%), o caroço de algodão (+4,75%) e o farelo de amendoim (+1,41%)”, aponta a empresa.

Comparação anual

Ao comparar os índices de outubro de 2025 com os de outubro de 2024, o custo nutricional da engorda caiu 13,62% no Centro-Oeste e aumentou 2,35% no Sudeste.

A leitura anual revela novamente comportamentos regionais distintos. Segundo dados da CONAB (out/2025) e do Cepea, o Centro-Oeste se beneficiou da maior disponibilidade de grãos logo após a colheita, enquanto o Sudeste sentiu o encarecimento dos fretes e o aumento dos insumos, reflexo do reaquecimento da produção de proteínas e da entressafra dos coprodutos.

“Apesar do aumento recente no custo nutricional, o aquecimento da arroba do boi gordo e a consistência da demanda externa sustentam a rentabilidade do confinamento. As exportações recordes em outubro e a firmeza dos contratos futuros na B3 indicam continuidade de preços valorizados até o fim do ano. A recomposição gradual dos custos de alimentação não deve comprometer as margens, desde que haja atenção ao uso de estoques e à eficiência biológica”, avalia a Ponta Agro.

Matéria originalmente publicada pelo portal DBO.

]