Carne bovina brasileira: o que cada mercado exige e como seu rebanho pode atender
O Brasil é um dos maiores exportadores de carne bovina do mundo. Isso é fruto de décadas de investimento em genética, nutrição e manejo, além da diversidade de sistemas produtivos que se adaptam a vários climas e realidades regionais. Porém, cada mercado internacional tem suas exigências, que vão além do sabor e da aparência do produto.
Garantia de origem, rastreabilidade, sustentabilidade e padronização dos cortes são critérios fundamentais para os principais mercados. Alguns países da União Europeia, por exemplo, demandam comprovação de que produtos não venham de áreas desmatadas e protocolos sobre uso de hormônios.
Neste artigo, vamos explicar um pouco mais sobre esses critérios rigorosos relacionados à carne bovina brasileira. Confira!
Exigências dos principais mercados da carne bovina do Brasil
Atualmente, a carne bovina brasileira chega a mais de 150 países. Os principais destinos são: China, Estados Unidos, Emirados Árabes, Chile, México, União Europeia, Hong Kong e Egito. Cada um deles tem exigências que influenciam a forma de manejo, nutrição e abate do gado.
China
Maior compradora desse alimento do Brasil, a China possui um dos protocolos mais exigentes do mercado. Entre seus maiores requisitos está a compra de bois mais jovens. Além disso, também prioriza volume e competitividade de preço. O país compra principalmente carne congelada e desossada, com foco em cortes dianteiros, o que necessita de padronização e eficiência no abate. Recentemente, o país comunicou que demandará rastreabilidade de ponta a ponta da cadeia produtiva nos próximos anos.
União Europeia
Mantém os padrões mais rigorosos do mundo. Desde outubro de 2024, o bloco suspendeu a importação de carne bovina de fêmeas do Brasil devido à ausência de protocolo que comprove a não utilização de estradiol (hormônio usado em protocolos de Inseminação Artificial em Tempo Fixo – IATF). Apenas carne de machos é aceita até que o Brasil implemente sistema de certificação para esse caso.
Além disso, o Regulamento Europeu sobre Desmatamento (EUDR), com vigência prevista para dezembro de 2025, estabelece que produtos não podem ser provenientes de áreas com qualquer nível de desmatamento identificado após 31 de dezembro de 2020, seja ele legal ou ilegal no país de origem.
Estados Unidos
Para os EUA, o Brasil exporta principalmente cortes do dianteiro bovino (acém, paleta, peito e costela) destinados à indústria de processados, como fabricantes de hambúrgueres, pratos prontos congelados e produtos embutidos. O mercado americano exige protocolos sanitários rigorosos e rastreabilidade, mas não é o principal destino para cortes premium brasileiros.
Oriente Médio
Os países como Egito, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Líbano e Líbia, demandam carne bovina certificada conforme o abate Halal, que respeita os preceitos religiosos islâmicos. Seis países árabes estão entre os dez principais destinos da carne brasileira, representando mercados estratégicos com boa remuneração.
Chile, México e Hong Kong
O Chile, por sua vez, valoriza cortes nobres e padrões sanitários elevados, exigindo controle do manejo e da alimentação. México e Hong Kong também se destacam como importantes compradores, com demandas crescentes por carne brasileira de qualidade.
Como preparar o rebanho para atender diferentes padrões
O primeiro ponto está relacionado à rastreabilidade, que é um fator inegociável para mercados premium. Na prática, o produtor necessita manter registros precisos de origem, genética, nutrição, sanidade e manejo de cada animal.
Com a entrada em vigor do EUDR e as novas demandas da China, os produtores brasileiros precisam comprovar que os animais não foram criados em áreas desmatadas após 2020. Quem atua em regiões com histórico de desmatamento precisará implementar sistemas de geolocalização e monitoramento ambiental.
Outro fator é o padrão de carcaça. A uniformidade no acabamento de gordura e na conformação dos cortes influencia o valor pago ao produtor. Por isso, investir em genética voltada ao rendimento de carcaça e em manejo alimentar de precisão é fundamental para manter a regularidade nos lotes.
Tecnologias que ajudam a aumentar o padrão da carne bovina
Se a sua fazenda precisa se adequar às exigências do mercado exportador de carne bovina brasileira para exportação, saiba que é indispensável o uso da tecnologia.
Algumas ferramentas de benchmarking, por exemplo, também auxiliam o produtor a identificar gargalos e oportunidades de melhoria. O uso de dados no dia a dia é uma ótima forma de aumentar o padrão da produção, diminuir custos e alcançar os níveis exigidos pelos mercados mais competitivos.
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